Banhos na orla de Porto Alegre podem provocar afogamentos ou doenças
2007-02-11
A orla da Usina do Gasômetro, um dos locais mais bonitos e movimentados de Porto Alegre, torna-se, durante os meses de verão, uma área de risco à vida e à saúde. Nos dias mais quentes, moradores da Capital e até de outros municípios da região Metropolitana procuram o local para se banhar nas águas do Guaíba, mesmo se tratando de área considerada imprópria para a prática. O resultado para quem não está acostumado e desconhece as armadilhas do local, muitas vezes, acaba sendo a morte.
De acordo com o Grupamento de Busca e Salvamento da Brigada Militar, somente neste verão já ocorreram nove mortes nas águas do Guaíba. Cinco homens e quatro mulheres que buscavam diversão tiveram seus corpos resgatados pela equipe. Conforme o capitão Ricardo Gonzalez, as condições da orla são o motivo principal para afogamentos. 'Por se tratar de um aterro, em algumas áreas a água atinge cerca de 30 centímetros e, logo depois, passa para 2 metros. As pessoas não conhecem a região e se afogam', diz.
Gonzalez explica que, por se tratar de área imprópria para o banho, não há salva-vidas no local. Quando as equipes do grupamento estão na área do Guaíba, procuram alertar os banhistas sobre os riscos. Ele observa que, nas áreas mais distantes do Centro, os freqüentadores são moradores de vilas próximas. Em alguns casos, a embriaguez favorece a ocorrência das mortes. A maior dificuldade na localização dos corpos ocorre no Lami, onde há correnteza.
Além dos riscos de afogamento, as pessoas que se aventuram para tomar banho no Guaíba estão sujeitas a doenças, enfatiza a coordenadora da Unidade Básica de Saúde do bairro Ipanema, Dóris Jung Gonçalves. 'O banhista pode adquirir dermatites ou doenças de pele, conjuntivite e até hepatite', alerta. O índice de coliformes fecais é alto em algumas áreas, sendo prejudicial o contato com a areia. A presença de animais contribui para o problema.
(Por Elio Bandeira, Correio do Povo, 11/02/2007)
http://www.correiodopovo.com.br/jornal/A112/N134/html/50GUAIBA.htm