Ao participar na sexta-feira (9/2), no município baiano de São Francisco do Conde, da cerimônia de início da produção comercial do campo de gás de Manati, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que o governo federal está investindo forte na área energética, para que o país não seja novamente vítima de um apagão, como em 2001.

“Esse erro cometido pode desmotivar qualquer pessoa que tenha interesse em investir no Brasil”, disse.

Lula reiterou que, em função das políticas implementadas nos últimos anos, o Brasil se apresenta hoje como um país “detentor de uma das mais importantes tecnologias na área de combustível renovável”. E destacou o etanol e o biodiesel, que podem contribuir para a redução da emissãode gases causadores do efeito estufa: "O Brasil está no jogo e não está como coadjuvante – está como artista principal".

O presidente disse que pretende estabelecer uma política de integração energética com os países da América Latina, o que fortaleceria ainda mais a região. Ressalvou, no entanto, que o ideal é que cada nação seja independente na geração de energia.

Em seu discurso, Lula reiterou que o brasileiro precisa confiar mais no país: “O que nós precisamos é parar de ser pessimistas. E o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento, lançado no dia 22 de janeiro] é um simples compromisso de colocar R$ 504 bilhões, US$ 250 bilhões até 2010, na perspectiva de que a iniciativa privada entre nesse negócio”.

Ele garantiu que o governo fará sua parte: "Não quero saber se será em cinco, seis ou quatro anos, e sim que é preciso crescer distribuindo renda".

E deixou um recado aos brasileiros: "O que a gente tinha que enfrentar de ruim, nós enfrentamos no primeiro mandato: a descrença, a má-fé, tudo que podia acontecer. Nesses quatro anos próximos, nós aprendemos como enfrentar o preconceito, as adversidades, mas provamos que é possível fazer um país melhor, sem mágica na economia. A seriedade é um componente estratégico para que as coisas dêem certo. A mágica dura só enquanto o palhaço está no circo”.

O campo de gás de Manati já recebeu investimentosde US$ 422 milhões, de um total previsto de US$ 580 milhões. Descoberto em 2000, o campo fica na bacia de Camamu, no sul da Bahia, e é explorado por consórcio formado por Petrobras (operadora), Queiroz Galvão e Norse Energy.

Segundo informou a Secretaria de Imprensa e Porta-Voz da Presidência da República, o campo deverá atingir, ainda neste ano, uma produção de 6 milhões de metros cúbicos de gás por dia. O produto é transportado até a estação de tratamento por um gasoduto com cerca de 125 quilômetros de extensão.

O gás tratado vai para uma rede transferência que, inicialmente, abastece a fábrica de Fertilizantes (Fafen), a Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e a termelétrica Rômulo Almeida. No próximo mês, o gás também deverá ser fornecido para a Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás), de onde será distribuído ao mercado.

A expansão da oferta de gás natural no Brasil é uma das prioridades do PAC, que prevê R$ 274,8 bilhões para o setor energético até 2010. Desse total, R$ 40,4 bilhões serão destinados à produção de gás natural e à construção de 4.526 quilômetros de gasodutos.
(Por Ana Paula Marra, Agência Brasil, 09/02/2007)
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