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2007-02-08
Seca não se combate. É preciso conviver com a seca. Quando o Rio Grande do Sul entender este conceito, e os gaúchos assimilarem o seu significado, os prejuízos gerados à economia regional, a partir dos problemas causados na agricultura e na pecuária pelas periódicas estiagens, cada vez mais freqüentes, serão minimizados e o trabalho do homem deixará de se perder. Tecnologias para prever estiagens e maneiras de diminuir o seu impacto existem. O que falta é uma cultura do seu uso.

O Programa de Irrigação proposto pela governadora Yeda Crusius, que criou uma Secretaria Especial para tratar especificamente do assunto, e o Projeto Água, Fonte de Alimentos, da Federação dos Clubes de Integração e Trocas de Experiências (Federacite), nos parecem duas iniciativas de suma importância para enfrentar, de forma séria e objetiva, este grave problema das secas periódicas e seus prejuízos. Água para irrigação, o Rio Grande do Sul possui, e todas as experiências feitas neste sentido mostraram-se exitosas e com grandes resultados na produtividade das lavouras irrigadas. O que nunca houve foi um incentivo claro, transparente e concreto a uma política de irrigação que resolva os problemas existentes para sua concretização. Irrigar ainda é caro? É caro. Nem todas as propriedades rurais podem usufruir do sistema. Portanto, é preciso encontrar formas mais baratas de irrigação, sistemas de acesso mais fácil aos produtores ou financiamento compatível com o desempenho das lavouras.

A Secretaria da Irrigação está orientada neste caminho. Seu primeiro trabalho, na área financeira, será levar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que possui linha especial de crédito para projetos de irrigação, a compatibilizar os juros cobrados com a capacidade dos produtores e a rentabilidade de sua produção, seja lavoura ou pecuária, pois esta também pode se beneficiar da irrigação de pastagens. Atualmente, o Bndes cobra juros de 8,47% ao ano, valor definido quando a TJLP era de 12%. Hoje, a TJLP está em 7%! A irrigação depende de fontes de água. Aí entra a importância do Projeto Água, Fonte de Alimento, da Federacite, cujo objetivo é extremamente ambicioso: conscientizar os gaúchos - do campo e da cidade, inclusive as crianças - da importância da água e, principalmente, de sua captação e conservação. Não se pode mais ficar à espera de que chova ou não chova para o desenvolvimento das culturas e dos animais.

Água ainda existe em abundância, felizmente, mas é preciso conservá-la para dela dispor nos momentos de necessidade. Desde a simples cisterna, usadas pelos antigos egípcios para coletar água da chuva, até as barragens tecnicamente planejadas e de acordo com as normas ambientais, precisam ser utilizadas para guardar a água. Com esta armazenagem nas propriedades, tanto os pequenos agricultores, quanto os donos de grandes áreas e os moradores de núcleos populacionais rurais, atenderão as necessidades das plantas, dos animais e dos homens nos momentos de estiagem. Aí é que entra a questão cultural. Quem nasceu ou morou nas zonas rurais, especialmente onde predominou a grande propriedade, sabe que em poucas fazendas se tinha o hábito de guardar água. A proposta da Federacite, junto com outras 30 entidades, escolas e faculdades, é mostrar que a água pode ser captada e guardada para uso futuro.

Se o Rio Grande do Sul tivesse desenvolvido esta prática não teria perdido, nos últimos 35 anos, por culpa das secas, 2,5 milhões de toneladas anuais de milho e 3,5 milhões de t/a de soja, uma perda potencial de US$ 325 milhões/ano com milho e US$ 707 milhões/ano com a soja, de acordo com levantamentos da Federacite, publicados por este jornal. Armazenando água e racionalizando seu uso, o gaúcho aprenderá a conviver com a estiagem.
(Jornal do Comércio, 08/02/2007)
http://jcrs.uol.com.br/noticias.aspx?pCodigoNoticia=3632&pCodigoArea=32

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