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2007-02-07
Na contramão do alerta feito pelas Nações Unidas sobre as conseqüências do aquecimento global no século XXI, o Brasil dará prioridade à geração de energia "suja" para atender a demanda da economia na próxima década. Mais de 70% da eletricidade produzida pelos 205 empreendimentos cadastrados nos leilões de energia nova de maio provém de fontes poluentes e não-renováveis - como carvão mineral, óleo combustível e gás natural.

Em sentido oposto, nenhuma nova concessão de usinas hidrelétricas será licitada, pela absoluta falta de projetos viáveis à disposição do governo. Os leilões de maio terão dois objetivos. No dia 10, o foco será no atendimento ao mercado em 2012. Por contratar energia com cinco anos de antecedência, é chamado pelos técnicos de A-5. No dia 24, o leilão será destinado a complementar a carga já contratada para 2010, em que falta abastecer apenas 600 MW da demanda prevista pelas distribuidoras de energia.

No total, serão oferecidos nos leilões 25.496 MW. Apenas 27,5% têm combustíveis limpos e renováveis como matéria-prima. É o caso de 3.650 MW de origem hidrelétrica, a fonte hegemônica na atual matriz energética brasileira. De fontes limpas, também vão a leilão mais 2.181 MW de biomassa, como cana-de-açúcar, e 1.196 MW de energia eólica.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, admitiu ao Valor que a oferta de energia hidrelétrica para os leilões é pequena, mas justificou que essa situação decorre de um "hiato" gerado pela falta de inventários e de estudos de viabilidade econômica e ambiental do potencial hidrelétrico do país. Segundo ele, a EPE foi criada em grande parte para suprir esse hiato e está fazendo estudos que tornarão aptos a serem ofertados no futuro mais de 30 mil MW em usinas hidrelétricas. "Esse é um quadro transitório (o expresso na oferta do leilão). Há escassez de hidreletricidade, mas é conseqüência da falta de estudos no passado", disse.

De toda a energia a ser oferecida nos leilões de maio, 72,5% têm fontes sujas, que somam 18.523 MW. Desses, quase 15 mil MW virão justamente das fontes mais poluentes - óleo combustível, diesel, carvão mineral, coque e gasolina. Os outros 3,5 mil MW, aproximadamente, provêm de gás natural, a menos suja das fontes a hidrocarbonetos. Cinco usinas térmicas, que totalizam 2.161 MW, são do tipo bicombustível, podendo operar a gás natural ou a óleo combustível.

Do ponto de vista das estratégias energéticas, a forte presença das térmicas nos leilões pode até ser benéfica, apesar do custo mais elevado. Segundo especialistas, a dependência excessiva de hidrelétricas deixa o país mais vulnerável a períodos de seca. Mas desde 2005 os leilões têm privilegiado fontes poluentes e não-renováveis, o que coloca ambientalistas em situação desconfortável: ao mesmo tempo em que protestam contra a expansão das térmicas na matriz brasileira, têm se posicionado contra a conclusão da usina nuclear de Angra 3 e projetos como as hidrelétricas do Madeira.

Tolmasquim disse que, com os estudos que estão sendo feitos para viabilizar maior oferta de hidreletricidade, o Brasil terá condições de manter uma matriz energética limpa. Hoje, 85,4% da matriz é de origem hídrica e 2,8% são gerados por derivados de petróleo.
(Por Daniel Rittner e Chico Santos, Valor Econômico, 06/02/2007)

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