A Klabin, maior fabricante de papel do país, fez sua primeira venda de crédito de carbono na Chicago Climate Exchange (CCX), a bolsa de negociação americana. A empresa, que ingressou na bolsa em 2004 e tornou-se membro pleno no ano seguinte, vendeu 14,5 mil toneladas de CO2 nos dias 8 e 11 de janeiro, segundo informou a empresa ontem. O negócio rendeu cerca de US$ 60 mil à Klabin (mais de US$ 4 por tonelada). A Celulose Irani, produtora de papel de tamanho médio, havia sido a primeira empresa brasileira do setor a negociar créditos na CCX em 2006.
"Trata-se apenas do primeiro passo. O seqüestro de carbono é uma das soluções para mitigar os gases do efeito estufa", disse o diretor de Meio Ambiente e Energia da Klabin, José Oscival dos Santos. A expectativa é que a Klabin venda até 2010 entre 300 mil a 500 mil toneladas de carbono.
Ele explicou que o tempo para a empresa se adaptar às regras da CCX deveu-se aos procedimentos da mudança de status na bolsa. No projeto da Klabin, estão contemplados 32 mil hectares de florestas de eucaliptos do total de 192 mil hectares de florestas plantadas, o que inclui também pinus. Por cada hectare de floresta, a empresa captura 25 toneladas por ano.
O projeto de negociação de créditos de carbono faz parte de um tripé da empresa para reduzir as emissões de gases poluentes. No âmbito do Protocolo de Kyoto, a empresa investiu cerca de R$ 500 mil para mudar de óleo pesado para gás natural a fonte de energia que abastecia sua fábrica de embalagens em Piracibaca (SP). Com isso, ela poderá ganhar cerca de 2,2 milhões de euros com a venda de 150 mil toneladas de carbono/ano.
E, por último, a Klabin espera obter ganhos adicionais com a nova caldeira movida a biomasssa na nova linha de produção de papel que ergue em Monte Alegre, município de Telêmaco Borba (PR). O projeto contempla 600 mil toneladas de CO2 por ano.
(Por André Vieira,
Valor Econômico, 07/02/2007)