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2007-02-07
"Quando uma enxurrada atinge uma área urbana, é como se a cidade tomasse um banho. Toda a sujeira é levada pela água da chuva e vai poluir os corpos hídricos. Em alguns períodos de precipitação intensa, a poluição proveniente da chuva chega a ser maior do que a do esgoto".

A explicação é do engenheiro Jorge Prodanoff, que estudou em sua tese de doutorado a poluição levada pelas enxurradas, chamada de poluição difusa. A pesquisa, defendida na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), focou os rios Carioca e Guandu, localizados na região metropolitana da capital, e o Sarapuí, que fica na baixada fluminense.

Segundo o estudo, diante do nível de poluição gerada pelos detritos que ficam sobre as superfícies impermeabilizadas das cidades e que são levados pela chuva, o tratamento de esgoto, mesmo que fosse completo, não bastaria para despoluir as áreas contaminadas.

"Nos Estados Unidos existem mais de dois mil rios atingidos, mesmo com o esgoto completamente implementado. Não adianta tratar o esgoto e deixar a poluição difusa chegar com as águas da chuva", diz.

A poluição difusa é constituída por detritos originários de restos de pneus, de asfalto, de fuligem, da poluição atmosférica e de diversas outras origens que ficam depositados em todas as superfícies impermeáveis da cidade, como ruas, calçadas, telhados, etc. "Estamos falando de milhões de carros em circulação. A quantidade de resíduos é imensa. Quando vem a enxurrada, tudo isso é levado para as galerias junto com folhas, fezes de animais e lixo. Depois chega aos rios e lagos".

"É preciso criar um sistema de retenção, porque, uma vez que os resíduos caem no sistema de drenagem, a coleta e o tratamento ficam mais difíceis em função do grande volume", explica.

O engenheiro aponta a solução: ao invés de utilizar o sistema convencional de meio fio e sarjeta, sejam instaladas valas ou canaletas gramadas, além de caixas de areia próximas às bocas-de-lobo, que conseguiriam conter boa parte dos resíduos. "A eficiência depende do poluente. No caso de sólidos, esses instrumentos conseguem segurar 90%. Já com metais, óleos e graxas, a taxa é de 40%. Em um grande estacionamento de shopping center, por exemplo, poderia ser projetado um canteiro ao lado das vagas, para receber a água pluvial, conduzida por uma depressão no terreno", detalha.

Segundo o engenheiro, o método trata-se do desenvolvimento sustentável da drenagem urbana com o objetivo de imitar o ciclo hidrológico natural. "É como uma célula de biorretenção. É uma solução barata. Uma caixa de areia por quarteirão, ou um canteiro a cada 50 vagas, seria o suficiente para impedir que os resíduos chegassem ao sistema de drenagem. Isso também contribuiria para evitar inundações", explica.

Diante do potencial, Prodanoff indica que aumentar a profundidade dos chamados piscinões, grandes áreas que armazenam as águas pluviais, complementaria a função de prevenção de enchentes com a de controle da poluição que chega aos rios. "Mais meio metro de profundidade seria o suficiente para reter toda a lama de poluição. Assim, depois da chuva é só esvaziar e retirar os resíduos".

Caso implementado, o método não eliminaria a necessidade de continuidade da ampliação da rede de esgoto. "Nunca chegaremos a 100% de controle. Mas para elevar a eficiência de uma rede de esgoto de 90% para 95% custa muito. E é preciso atuar com diversas formas de combate à poluição. Esse método é barato e eficiente", argumenta.
(Por Alan Meguerditchian, Aprendiz/Envolverde, 06/02/2007)
http://envolverde.ig.com.br/?edt=34&PHPSESSID=fd16768f96917fb40cdc25a011f66191

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