Equador anuncia que entrará na justiça contra a Colômbia por causa de herbicidas usados na fumigação de coca
2007-02-07
O Equador disse ontem (06/02) que vai processar a Colômbia por violar o acordo sobre a fumigação de plantações ilegais de droga ao longo da fronteira.
O programa de erradicação colombiano, que conta com o apoio dos Estados Unidos, vem causando tensões com o novo presidente esquerdista do Equador, Rafael Correa, que alega que os herbicidas representam um risco para os moradores e as plantações na fronteira entre os dois países.
Correa, que é aliado do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e que critica as políticas norte-americanas para a região, concordou em janeiro com a Colômbia com a monitoração conjunta da fumigação, para garantir que o herbicida glifosato não passe para o lado equatoriano.
"Sabemos que ontem a fumigação foi retomada ... eles não nos informaram e isso complica as coisas", disse a ministra das Relações Exteriores do Equador, Maria Espinosa, a uma emissora de TV local.
Um funcionário da embaixada colombiana em Quito disse que não tinha declarações a fazer sobre o assunto.
A ministra disse que, por causa da atitude da Colômbia, o Equador terá de prosseguir com o plano de processar a Colômbia na Corte Internacional de Justiça, em Haia, e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Em dezembro, o Equador convocou de volta seu embaixador em Bogotá devido às tensões causadas pela operação de fumigação. O governo colombiano alega que os herbicidas são seguros.
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, que recebeu milhões de dólares em ajunda norte-americana para combater o tráfico de drogas e os rebeldes esquerdistas, disse que a fumigação aérea é essencial, já que as outras formas de erradicação são perigosas demais.
A Colômbia é o principal produtor de cocaína do mundo, cerca de 600 toneladas da droga por ano. A maior parte dela é enviada para os mercados norte-americano e europeu.
Há um ano, o governo colombiano teve de interromper a fumigação numa faixa de 10 km perto da fronteira, depois de reclamações equatorianas sobre o impacto do veneno nos moradores e nas culturas locais.
(Reuters, 06/02/2007)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2007/02/06/ult729u64547.jhtm