O mergulhador Nereu Gouveia, 57, morto há uma semana quando trabalhava no local do acidente com um navio da Petrobras, em Paranaguá (litoral paranaense), foi vítima de intoxicação por nafta, produto que vazou da embarcação. A informação consta de laudo do Instito Médico-Legal de Paranaguá, que se baseou em exames das vísceras do mergulhador feitas pelo Laboratório de Anatomia Patológica do IML de Curitiba. Os exames indicaram que Gouveia sofreu intoxicação aguda por hidrocarboneto volátil (nafta). Segundo o laudo, o produto causou 12 alterações no organismo do mergulhador, entre elas edema pulmonar agudo, falta de oxigênio no cérebro, hipertrofia do coração, hemorragia generalizada e distúrbios no fígado e no baço. De acordo com o legista Marcos Artur Reinhold, 34, Gouveia teve morte instantânea ao entrar em contato com a nafta no mar -a válvula do equipamento de ar que o mergulhador usava permitia a passagem de moléculas de água, o que fez com que ele inalasse o produto. O delegado Eduardo Kuceki, da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, solicitou cópia do laudo para anexar a inquérito que apura o acidente. A Petrobras, no dia do acidente, contratou quatro mergulhadores para avaliar os estragos no casco e suspendeu o trabalho logo após a morte de Gouveia. A família do mergulhador ainda não decidiu se processará a Petrobras pela morte de Gouveia. (Agência Folha)