Primeiro-ministro diz que Austrália deve estabelecer um preço para as emissões de CO2
emissões de co2
2007-02-06
A Austrália precisa estabelecer um preço sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) para mitigar as mudanças climáticas, disse hoje o primeiro-ministro John Howard em um aparente abrandamento da sua recusa em participar do mercado global de carbono.
“Mecanismos de mercado, incluindo a valoração do carbono serão integrantes de qualquer resposta a longo prazo para as mudanças climáticas,” disse Howard em seu discurso semanal à nação.
Segundo Howard, um grupo de trabalho organizado pelo governo irá lançar esta semana um relatório discutindo o papel da Austrália em um esquema global de comércio de emissões.
A Austrália, maior exportador de carvão do mundo, se juntou aos Estados Unidos na recusa em assinar o Protocolo de Kyoto para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. Além disso, o país é um dos maiores emissores per capita de gases do efeito estufa do mundo, devido a sua dependência sobre os combustíveis fósseis para a geração de eletricidade.
O professor da Universidade Nacional da Austrália, Warwich McKibbin, especialista em mudanças climáticas, disse que prefere o estabelecimento de um preço do que uma taxa sobre o carbono como maneira de criar incentivos financeiros para reduzir a poluição industrial. Uma taxa penalizaria financeiramente os poluidores pela quantidade de carbono emitida.
Mas a valoração do carbono geralmente é baseada em um sistema de comércio de ‘permissões’ no qual poluidores podem comprar e vender créditos para emitir CO2 em um mercado aberto, retirando recompensas financeiras pela utilização de tecnologias mais limpas.
“A maravilha disso é que todos os incentivos são colocados no mercado, fornecendo a todas as fontes de energia um espaço. O preço do carbono que guia as decisões, causando vários ajustes na economia para reduzir as emissões ao menor custo possível,” disse McKibbin.
Há algum tempo o Partido Trabalhista, de oposição, tem pedido ao governo para assinar o Protocolo de Kyoto, e introduzir um esquema de comércio de emissões.
(Associated Press, traduzido por Fernanda Muller, Carbonobrasil, 05/02/2007)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=17602&iTipo=7&idioma=1