Um estudo da consultoria Céleres, encomendado pelo Centro de Informações sobre Biotecnologia (CIB), aponta que produtores podem economizar US$ 9 bilhões em dez anos com a substituição de sementes convencionais por transgênicas nas lavouras de algodão e milho. O cálculo baseia-se nas projeções de ampliação do cultivo dessas culturas e no ritmo médio de avanço do plantio de transgênicos observado em outros países.
No caso do milho, a consultoria prevê que a área global plantada (incluindo safra de verão e safrinha) passará dos atuais 12 milhões de hectares para 14,5 milhões. Desse total, 75% da área tende a ser cultivada com sementes transgênicas. Para Anderson Galvão, analista da Céleres, a adoção do milho transgênico geraria uma economia aos produtores de US$ 6,9 bilhões entre 2007 e 2016, obtida principalmente com a redução do consumo de inseticidas. A projeção considera que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovará neste ano a produção e comercialização de milho transgênico no país. "As sementes resistentes a insetos proporcionam a redução de defensivos, o que é favorável ao meio ambiente, e aumentam a produtividade da planta", observa Galvão.
No caso do algodão, a estimativa é que a área plantada, tanto convencional como transgênica, passará dos atuais 1 milhão de hectares para 1,6 milhão em dez anos. A área com transgênicos, por sua vez, aumentaria dos atuais 10% para 95%. Ao longo desse período, a economia aos produtores chegaria a US$ 2,1 bilhões - montante obtido principalmente com redução dos gastos com inseticidas.
A Céleres estima ainda que os sojicultores economizaram US$ 1,5 bilhão nos últimos dez anos com a adoção das sementes transgênicas. Contudo, esse valor poderia chegar a US$ 4,6 bilhões, caso o governo tivesse autorizado o plantio desde 1997. A consultoria não estimou qual seria a economia nos próximos dez anos, mas prevê que até 2016, 87% da área de soja será transgênica, ante os atuais 56,9%.
(Por Cibelle Bouças,
Valor Econômico, 06/02/2007)