Embrapa investirá R$ 50 milhões em agroenergia
2007-02-06
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai investir nos próximos cinco anos R$ 50 milhões em pesquisa na área de agroenergia. A afirmação foi feita ontem (5/2) pelo presidente da instituição, Sílvio Crestana, durante a reunião do Conselho do Agronegócio da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), transmitida online pela internet.
Segundo Crestana, a Embrapa vai contratar 20 pesquisadores com pós-doutorado para atuar no Centro de Pesquisa em Agroenergia da Embrapa, sediado em Brasília. A empresa irá criar cinco centro de pesquisa regionais para realizar estudos levando em conta os com biomas locais.
Crestana reconhece que os recursos disponíveis é baixo, levanto em conta US$ 1,6 bilhão que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deve investir em pesquisa na área de agroenergia, mas ressalta que a participação da iniciativa privada pode dobrar os R$ 10 milhões que serão alocados para os investimentos no Brasil. "A Embrapa está fazendo a lição de casa", diz ele.
O conselho também discutiu as sugestões feitas por Crestana para dar início aos estudos para a criação de uma Empresa de Propósito Específico (EPE). Roberto Rodrigues, que preside o Conselho da Fiesp, disse que até a próxima quinta-feira, o Ministério da Agricultura, a Embrapa e a Fiesp devem indicar os nomes dos técnicos que participarão de um grupo de estudo para viabilizar a criação da EPE que será uma parceria entre o governo e a iniciativa privada.
Seguro rural
O diretor do Departamento de Agronegócio da Fiesp, Benedito da Silva Ferreira, propôs nesta segunda, durante exposição na reunião do conselho, a contratação de uma consultoria para elaborar um programa que seria apresentado ao governo federal, com propostas de consenso para "massificação" do seguro rural no Brasil.
Benedito Silva realizou um levantamento junto aos diversos agentes do agronegócio e traçou um diagnóstico sobre as dificuldades para o sucesso do seguro rural no Brasil. Segundo ele, são vários fatores limitantes, como o de precificação dos prêmios, o alto custo de administração e de fiscalização e peritagem das lavouras. Outro fator, disse ele, é que o seguro rural ficou atrelado ao fiasco do Proagro e ao alto índice de catástrofes e indenizações.
Em seu estudo, Benedito Silva citou que em 1975 o Proagro pagou, em valores atuais, R$ 84,8 milhões para cada R$ 1 milhão de capital segurado. Ele disse que o seguro agrícola é pouco representativa, pois participa com apenas 0,37% do total do mercado segurador brasileiro.
(Por Venilson Ferreira, O Estado de S. Paulo, 05/02/2007)
http://www.estadao.com.br/ultimas/economia/noticias/2007/fev/05/174.htm