A organização ecológica Greenpeace entregou hoje à Comissão Européia (CE, órgão executivo da União Européia) um abaixo-assinado com um milhão de assinaturas pedindo a rotulagem de produtos como carnes, ovos e leite derivados de animais alimentados com ração que contenha organismos geneticamente modificados (OGM).

Os signatários do documento, de 21 países da UE, solicitam que a os produtos derivados de animais alimentados com rações transgênicas tenham um rótulo específico.

A legislação atual em vigor na UE, que obriga a rotulagem específica dos produtos que contêm a partir de 0,9% de OGM em sua composição, não abrange os produtos derivados de animais que ingeriram alimentos ou remédios com elementos transgênicos.

Esta exceção, de acordo com o Greenpeace, é "uma grave armadilha", segundo um comunicado.

A declaração entregue hoje pela organização ecológica faz referência ao direito dos consumidores de saber se um produto provém de gado que come rações transgênicas.

Em virtude do abaixo-assinado, o comissário europeu de Saúde, Markos Kyprianou, disse que "olhará de novo" a legislação atual sobre a rotulagem de OGM.

No entanto, Kyprianou destacou que consultará especialistas e cientistas e verificará se tem poder suficiente para fazer a mudança solicitada pelos cidadãos do bloco.

O responsável pela campanha contra os transgênicos do Greenpeace, Juan Felipe Carrasco, ressalta no comunicado que a iniciativa de hoje é "um chamado à UE para que impeça que os transgênicos entrem pela porta de trás" e acabem nos pratos da população.

Segundo dados da organização ecológica, mais de 90% das safras de transgênicos importadas pela UE são de soja e milho destinados à fabricação de ração para a pecuária. O Greenpeace disse que isso significa que, todos os anos, cerca de 20 milhões de toneladas de transgênicos entram na cadeia alimentar dos cidadãos da UE sem que os consumidores saibam.
(EFE, 05/02/2007)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/02/05/ult1766u20109.jhtm