Mais de 40 quilômetros da orla gaúcha estão tomados por pelo menos cinco toneladas de tainhas mortas. Os peixes, com tamanho entre 20 e 40 centímetros, apareceram agonizando no fim de semana numa área desabitada entre Tavares (aos fundos da Lagoa do Peixe) e Bujuru, distrito de São José do Norte.

Os animais ocupam uma faixa de aproximadamente cinco metros de largura na areia. Como no trecho há poucos moradores, as autoridades foram comunicadas somente ontem. No início da tarde, policiais do Batalhão Ambiental da Brigada Militar de Tramandaí estiveram no local para fazer uma vistoria e recolher amostras para a análise. Ao percorrer os 40 quilômetros, ficaram impressionados com o que viram.

- É muito peixe morto - avaliou o tenente Claudiomir da Silva Pedro, comandante do 1º pelotão do Batalhão.

Amostras dos peixes mortos serão encaminhadas para análise na Fundação Estadual de Proteção Ambiental. Mas os policiais, por enquanto, não trabalham com a hipótese de desastre ambiental. Acreditam que os peixes tenham sido desovados por alguma embarcação.

- O que nos chama a atenção é que são somente tainhas. Não há outros animais marinhos mortos. Mas vamos esperar o resultado do exame - completou o tenente.

A suspeita do Batalhão Ambiental é de que alguma embarcação, conhecida como traineira, tenha despejado os peixes no mar ao se defrontar com alguma fiscalização. Com um barco, a BM intensifica o patrulhamento na costa gaúcha. A intenção é tentar reprimir a chamada pesca de arrasto numa distância inferior a três milhas (cerca de 5,5 quilômetros) da orla.
(Zero Hora, 06/02/2007)
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