Luta contra monocultura do eucalipto será discutida no ES
2007-02-06
A luta contra a monocultura do eucalipto e a demarcação das terras tradicionais continua em 2007. Nos próximos dias 12 e 13, um encontro da Rede Alerta Contra o Deserto Verde deverá avaliar a situação do Estado e estabelecer estratégias para 2007 de apoio aos movimentos sociais e ambientais no Espírito Santo.
Nos últimos dois anos, a Rede Alerta Contra o Deserto Verde lutou em defesa dos índios, quilombolas, pequenos agricultores, entre outros, combatendo os grandes projetos de monocultura, apoiando a luta pela demarcação oficial de terras indígenas, o reconhecimento oficial de territórios quilombolas e a desapropriação das terras devolutas para reforma agrária.
Neste sentido, o encontro que vinha sendo adiado devido às inúmeras ações ocorridas em 2006, deverá abordar a presença e a expansão dos grandes projetos agro-industriais no Estado, através de uma análise sócioambiental e análise dos movimentos sociais. A partir daí, serão definidas as ações da rede para o próximo ano, assim como o calendário coletivo de atividades.
O encontro será realizado no Sindiprev, centro de Vitória. Tomarão parte representantes da sociedade civil organizada, de indígenas, quilombolas e camponeses, além de representantes de ONGs, do Conselho de Direitos Humanos-ES, e demais entidades que apoiam a preservação do meio ambiente.
A Rede Alerta Contra o Deserto Verde é uma ampla rede da sociedade civil, composta de entidades, movimentos, comunidades locais, sindicatos, igrejas e cidadãos de cinco estados brasileiros (ES, MG, BA, RS e RJ). A união se deve à crescente preocupação com a expansão das plantações de eucalipto em suas regiões, assim como a venda de "créditos de carbono".
Além disso, a rede desenvolve alternativas de desenvolvimento que podem, e já são, implementadas em comunidades e movimentos. Para a Rede Alerta Contra o Deserto Verde, o modelo de consumo disseminado nos países desenvolvidos impõem uma produção desequilibrada em locais como o Espírito Santo, por exemplo.
Para a organização, as monoculturas de eucalipto são insustentáveis e visam apenas ao abastecimento do mercado internacional. No caso dos plantios industriais de eucalipto, é cada vez maior o número de terras plantadas na Bahia e no Espírito Santo.
Essa monocultura, usada na fabricação de celulose, é responsável por impactos que vão da extinção de recursos hídricos ao deslocamento populacional forçado de comunidades tradicionais e de trabalhadores rurais devido à concentração fundiária.
Neste sentido, a organização busca contribuir com a luta de populações tradicionais e movimentos sociais contra a expansão das monoculturas industriais através de campanhas, produção de material pedagógico e na realização de pesquisas junto ao outras organizações.
(Por Flávia Bernardes, Século Diário - ES, 05/02/2007)
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2007/fevereiro/05/noticiario/meio_ambiente/05_02_09.asp