Os conflitos nos territórios mapuches no Chile aumentam com a reação dos indígenas frente às investidas das forças policiais. As comunidades realizam uma intensa campanha em defesa de suas terras originais que continuam sendo ocupadas pelas empresas transnacionais. Há anos o povo mapuche vem reivindicando a posse de suas terras com protestos, greve de fome, entre outras ações.
Em comunicado enviado nesta segunda-feira (05/02), a Coordenação Arauco-Malleco, regiões chilenas onde a polícia se faz presente, adverte ao governo que os povos indígenas estão dispostos à auto-defesa legítima, pois seus direitos estão sendo seriamente vilados.
"Diante de qualquer investida de repressão, nossas comunidades estão dispostas à auto-defesa legítima, nossos órgãos de resistência se enfrentaram, sem dúvida, contra a violência desmedida das forças policiais. As conseqüências de tal determinação será de responsabilidade do Estado, que está de joelho frente aos poderosos. Finalmente , fazemos um chamado para todas as comunidades para que fiquem alertas e para continuar com a luta", afirma o comunicado.
De acordo com a Coordenação, as forças repressivas do Estado, através dos fiscais, estão fazendo uma verdadeira caça nas comunidades mobilizadas e sobre destacados lutadores Mapuche, independentemente de alguma "investigação" tenha dado resultados concretos para julgar alguém.
Os indígenas denunciam que as ações policiais têm como resultado, além disso, a militarização das zonas de conflito, bem com a intenção de proteger os investimentos das transnacionais no território mapuche.
"Mais uma vez este governo contribui para a campanha midiática da direita, estigmatizando os mapuches de terroristas, justificando com isso a imposição de um verdadeiro estado policial contra nosso povo", indica. "Fora as Empresas Florestais do Território Mapuche" e "Território e Autonomia para a Nação Mapuche", são alguns dos lemas do movimento de resistência.
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Adital, 05/02/2006)