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2007-02-05
O mapeamento da Amazônia, divulgado recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente, revelou que Rondônia tem mais de quarto de seu território (28,5%) desmatado, o maior percentual do país. O secretário de Desenvolvimento Ambiental, Augustinho Pastore, no entanto, diz confiar no projeto de reflorestamento promovido a partir do estudo dos zoneamentos ecológico-econômicos. E aponta o que considera o lado bom do desmatamento.

“A grande vantagem desse desmatamento de 28% é que em um hectare de floresta nativa, você tira em média 30 metros de madeira. Já numa área reflorestada, você pode tirar até 300 metros. Essa é a grande vantagem de reflorestar”, completa.

A explicação para esse desmatamento todo, de acordo com o secretário, remonta aos anos 70, quando o governo incentivou a entrada de colonos, com o objetivo de ocupar a terra. A derrubada da mata era considerada bem-feitoria e permitia ao migrante receber documento de posse.

De acordo com a Secretaria do Desenvolvimento Ambiental, o estado tem 110 mil propriedades rurais, 80% delas com energia elétrica, e 12 milhões de cabeças de gado. “Temos 28% de área desmatada, mas não é à toa que Rondônia é o estado mais desenvolvido da Amazônia”, sublinha Pastore, lembrando que o agronegócio é a principal fonte de divisas do governo.

O secretário aponta que em dez anos Rondônia vai ter mais mata do que atualmente. “Dentro de uma década, vamos ter menos área desmatada do que hoje, porque estamos trabalhando num grande projeto de reflorestamento. Assim, vamos incentivar o emprego e a renda”.

Os zoneamentos começaram a ser feitos em 1997 e Rondônia foi o primeiro estado, dos nove integrantes da Amazônia Legal, a finalizar o estudo, seguido pelo Acre. Eles permitem o uso sustentável dos recursos naturais e do aproveitamento das potencialidades sociais e econômicas de cada estado, como o reflorestamento comercial.

É nesse reflorestamento, prometido para daqui a dez anos, que o secretário deposita sua confiança, em parceria com as madeireiras. “O setor madeireiro é um segmento importante para a economia do estado, e o principal interessado nesse reflorestamento”, comenta Pastore.

Segundo ele, as empresas estão preparando os viveiros de mudas, com o governo dando assistência técnica. “Em cada metro de madeira consumida, terá que ser plantado o equivalente”.

A conselheira do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Ivaneide Bandeira Cardoso, acusa o governo de não cumprir o que está previsto no zoneamento econômico-ecológico.
(O Estado de S. Paulo, 03/02/2007)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2007/fev/03/133.htm

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