A saúde da população brasileira pode sofrer impactos com as mudanças climáticas globais tais como o aumento na incidência de malária e dengue. A conclusão está no estudo "Mudanças do Clima", publicado pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE), da Presidência da República. O autor do capítulo sobre saúde é o pesquisador Ulisses Confaloniere, especialista em epidemologia das doenças transmissíveis.
O estudo considera ainda que pode haver maior suscetibilidade da população a doenças em geral em virtude da possível redução de alimentos provocada pelo clima alterado.
As regiões mais vulneráveis a efeitos na saúde decorrente de tempestades e inundações, de acordo com o estudo, são as regiões metropolitanas do litoral que, historicamente, têm apresentado a maior carga de mortalidade, em função de suas características sociais, demográficas e geográficas.
A publicação alerta que não só a água em excesso, mas também “a seca prolongada tem o poder de afetar a saúde humana devido aos efeitos da exposição constante à fumaça de queimadas, especialmente na região amazônica”.
O estudo aponta que se verificou na América Latina a incidência maior de doenças infecciosas como dengue, cólera, malária e diarréia em função de fenômenos climáticos como o El Niño e de chuvas torrenciais ocorridas na Venezuela em 1999.
Como recomendações para reduzir o impacto das mudanças climáticas globais para a saúde da população urbana estão o aperfeiçoamento do controle das doenças infecciosas de ampla dispersão no país e que sejam sensíveis ao clima e o apoio à investigação científica para a construção de cenários brasileiros de impactos para as próximas décadas. Outro ponto é a ampla divulgação do tema mudança climática junto à população.
(Por Yara Aquino, Agência Brasil, 02/02/2007)