Não há condições de pesca no Sinos, diz presidente da Federação Gaúcha de Pescadores
2007-02-05
O programa "Espaço aberto", da Rádio Guaíba 720, pôs em debate, na quinta-feira (01/02), questões ligadas ao meio ambiente. O foco principal da discussão girou em torno da mortandade de peixes no Rio dos Sinos, ocorrida em outubro do ano passado e considerada uma das maiores tragédias ecológicas do Estado. Apresentado pelo jornalista Armando Burd, o programa recebeu autoridades do poder público e representantes dos pescadores.
Ao enfatizar que ainda não há condições de pesca no Rio dos Sinos, o presidente da Federação Gaúcha de Pescadores, Vilmar Coelho, afirmou que o governo federal deveria suspender a atividade no local. "O rio está morto. Precisamos de ação forte porque a poluição continua", afirmou. Ele defendeu a prorrogação dos benefícios (seguro e cesta básica) concedidos aos pescadores entre 1º de novembro e 1º de fevereiro, quando a pesca é proibida em função da reprodução dos peixes. O presidente da Associação dos Pescadores de Sapucaia do Sul, Joaquim Bittencourt, também destacou as dificuldades enfrentadas pelos profissionais. "Conheço o Rio dos Sinos há 52 anos e vejo que ele está na UTI", salientou.
Apesar das reclamações dos pescadores, o técnico do Serviço de Emergência Ambiental da Fepam, Luiz Fernando Guarani, assegurou que o Rio dos Sinos apresenta boas condições. "A Fepam segue monitorando o rio para verificar a situação. Hoje ele está com a mesma condição observada antes da tragédia", destacou. O promotor de Justiça de Portão, Marcelo Tubino Vieira, destacou o trabalho do Ministério Público na investigação do desastre ambiental, lembrando que uma empresa foi responsabilizada e houve pedido de prisão do proprietário, que está foragido.
Para o diretor do Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Rogério Dewes, a falta de tratamento dos esgotos domésticos é um dos problemas que precisa ser enfrentado com urgência. "Muitos municípios possuem estações de tratamento, mas os moradores não fazem a ligação dos esgotos à rede."
(Correio do Povo, 02/02/2007)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp