Localizada em Crateús, no Ceará, no nordeste brasileiro, a unidade compartilha o título de maior usina de biodiesel do Brasil com uma planta de mesma capacidade instalada em Iraquara, na Bahia, também nordeste brasileiro. Ambas pertencem à empresa Brasil Ecodiesel que, segundo o Ministério de Minas e Energia, é a maior produtora de biodiesel do país, com fábricas também em Floriano e Teresina, no Piauí. Outras unidades estão previstas para operar este ano em Rosário do Sul, no Rio Grande do Sul, Porto Nacional, em Tocantins e São Luís, no Maranhão, ampliando a produção em mais 324 milhões de litros anuais.

A unidade de Crateús começou a operação em dezembro de 2006, iniciando a entrega do biodiesel vendido no 2º leilão público da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A Brasil Ecodiesel participou de todos os quatro leilões já realizados pelo governo federal, tendo sido o produtor com maior participação: 488 mil metros cúbidos de biodiesel, o equivalente a 58 % do volume total dos leilões de compra da ANP.

A Brasil Ecodiesel é pioneira no uso da mamona como matéria-prima e utiliza também a soja e o girassol. Sua produção é certificada pelo Selo Combustível Social, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que prevê a integração regional e inserção de agricultores familiares na cadeia produtiva.

A operação da empresa é feita de forma integrada e utiliza uma rede diversificada de fornecedores de diferentes oleaginosas, distribuídos por todo o país. Com isso, criou na Região Nordeste a chamada "rede da mamona", que envolveu 15 mil famílias em 2005, com produção inicial de 12 mil toneladas.

Em 2006, a quantidade de famílias foi ampliada para 47 mil. Para a safra 2006/2007, a empresa pretende envolver mais de 90 mil famílias de agricultores familiares na produção de 155 milhões de litros de óleo (140 mil toneladas).

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), seis indústrias já são portadoras do Selo Combustível Social e outras 10 estão em fase final de aprovação. Essas 16 empresas, que já venderam 840 milhões de litros nos leilões da ANP, somam uma capacidade de produção de 1,3 bilhão de litros de biodiesel.

O MDA avalia que, quando essas indústrias estiverem em pleno funcionamento, até o final de 2007, poderão incluir na cadeia de produção mais de 200 mil famílias de pequenos agricultores. Atualmente, há cerca de 60 mil famílias envolvidas na produção de oleaginosas em todo o país, sendo a metade no Nordeste.

O apoio aos agricultores familiares envolve contratos com garantia de preço e aquisição, além de assistência técnica. Vinte e quatro pólos de produção de oleagionosas também estão sendo implantados com o apoio do governo federal, visando a garantir a participação dos agricultores e o suprimento das indústrias. Segundo o MDA, até o final de 2007, deverão ser implantados 32 pólos.
(Adital, 31/01/2007)