O projeto de instalação de uma usina de biodiesel pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) em Rio Pardo, somente vai ter uma definição na semana que vem. A decisão de recuar quanto a uma resposta definitiva foi tomada pela Prefeitura do município depois que representantes de movimentos ligados aos agropecuaristas se manifestaram contra a obra, que seria desenvolvida com recursos da Petrobras.
A preocupação apresentada ao prefeito é de que ocorram invasões de terras. “São questões ideológicas que estão colocando em risco o projeto”, destaca secretário de Agricultura, Ronaldo Moraes. O impasse também envolve entidades ligadas ao setor comercial e industrial. O prefeito, Joni Lisboa da Rocha, disse que por esse motivo vai ser necessário uma avaliação mais criteriosa da proposta. Por enquanto, explica, não vai haver desistência. “É apenas um recuo”, afirma.
Na próxima terça-feira, representantes do MPA e do município voltam a se reunir. Segundo o prefeito, ainda vai ser necessário avaliar o pedido de uma área de 10 hectares de terra para a instalação da unidade para beneficiamento de oleaginosas e cana-de-açúcar no município. “Temos que avaliar também a disponibilidade de compra dessa área”, ressaltou.
A proposta do MPA para Rio Pardo é semelhante à desenvolvida em Palmeira das Missões, no Noroeste do Estado, onde existe uma usina de beneficiamento de grãos destinados à produção de biocombustível. O investimento inicial seria de R$ 4 milhões. A escolha do município teria ocorrido por ele possuir uma linha férrea e estar localizado na região central do Estado.
Conforme o projeto apresentado pelo coordenador Gilberto Tuhtenhagem, todo o Vale do Rio Pardo e do Taquari e parte do Sul e Litoral Norte do Estado seriam beneficiados com a instalação de lavouras para o cultivo de oleaginosas e também de pequenas unidades para extração de óleo vegetal. A iniciativa, segundo ele, visa promover a diversificação das pequenas propriedades e agregar renda aos produtores.
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Gazeta do Sul, 31/01/2007)