Multas podem ser a solução para poluição do Rio Caí
2007-01-31
A humanidade está se acostumando a conviver com o lixo ao seu redor. Para muitos, é mais fácil depositar o resíduo no chão a procurar uma lixeira. O Rio Caí, com freqüência, apresenta em sua margem garrafas Pet flutuantes, o que compromete sua beleza natural e poluí a água que, logo, servirá para consumo.
O pedreiro Paulo Kremer costuma pescar no Rio Caí, mas, ultimamente, ele tem encontrado mais lixo do que peixe. "É uma atividade de lazer. Quando está muito quente, venho aqui para pescar. Hoje, por exemplo, está cheio de garrafas Pet", conta. Ele ressalta que, quando chegou, contou 12 garrafas plásticas e, no final da tarde, já havia mais de 30 nas encostas do Rio. "Com certeza, alguém jogou aí. As pessoas não têm consciência do mal que estão fazendo", destaca.
Inconformado com a situação, o empresário Germano Heinz está preocupado com os problemas ambientais. "A gente não pode se acostumar com o lixo espalhado por aí nem achar normal ver garrafas e outros objetos flutuando no Rio Caí", salienta. Heinz não aceita que as pessoas se habituem a conviver em um ambiente poluído. "É preciso conscientizar, criar leis e programas em defesa da natureza. Não podemos nos conformar. A gente tem que cobrar das autoridades atitudes mais rígidas", propõe.
Heinz sugere ainda a cobrança de uma multa. "Primeiro, os agentes fazem um aviso prévio. Na primeira ocorrência, são orientados, mas, na segunda, multados", sugere. Heinz considera essa a melhor forma de conscientizar o povo. "Se quem derruba uma árvore é multado, por que quem joga lixo na rua não é? Isso deve mudar", desabafa.
O Código Municipal do Meio Ambiente, definido pela lei 4.293, de 20 de outubro de 2005, proíbe qualquer tipo de alteração das propriedades químicas, físicas ou biológicos da natureza (solo, água, ar, flora e fauna). Segundo o diretor municipal substituto do Meio Ambiente, Leandro Edson Selbach, qualquer lançamento de lixo no meio ambiente está sujeito a notificação preliminar.
Selbach ressalta que o meio ambiente é um patrimônio da coletividade, portanto, um bem de uso comum. "A água deve ser preservada em todos os sentidos, tanto na questão do desperdício como da poluição", salienta.
Germano Heinz se mostra insatisfeito com a falta de comprometimento do povo e das autoridades em mudar o quadro de degradação ambiental. "Não foi o rio que coletou o lixo para dentro dele, alguém contribui para isso. É hora de mudar. Quero que meu filho desfrute da natureza", ressalta. Ele chama a atenção de quem não respeita a natureza. "Para quem ainda não aprendeu, cabe a nós ensinar. Não dá para fechar os olhos e dizer que nada vai adiantar. A gente tem que agir como a gente pode", frisa o empresário.
(Jornal Ibiá, 31/01/2007)
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