TENDÊNCIAS AMBIENTAIS .
emissões de co2
2001-10-25
O uso da água cresceu seis vezes nos últimos 70 anos. Em todo o mundo, 54% da água potável disponível está sendo utilizada, dois terços para a agricultura. Até 2025, este número chegará a 70% devido ao crescimento da população, se o crescimento per capita do número de habitantes chegar aos níveis previstos. Em 2000, 58% da população mundial vivia em locais onde a água não estava em condições de atender as demandas ou era escassa. Estima-se que, em 2025, 3 bilhões de pessoas vivam nesses locais. Até 2050, 4,2 bilhões de pessoas, ou seja, cerca de 45% da população global, viverá em países onde não é possível atingir a demanda diária de 50 litros de água por pessoa, que é considerado o mínimo para satisfazer as necessidades básicas. Muitos países usam métodos insustentáveis para preservar os seus aquíferos. Isto acontece, por exemplo, na China, na América Latina e no Sul da Ásia. A Organização Mundial da Saúde estima que 1,1 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso a água potável. Nos países em desenvolvimento, 90 a 95% do esgoto e 70% dos resíduos industrais são jogados sem tratamento em fontes hídricas. A Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) classifica a maioria dos países em desenvolvimento como de baixa renda e sujeitos a deficits alimentares. Cerca de 800 milhões de pessoas no planeta, conforme a FAO, estão cronicamente malnutridas e 2 bilhões sofrem por falta de segurança alimentar. A capacidade de produção de alimentos está se deteriorando no mundo devido à degradação do solo e a práticas agrícolas inadequadas, aliadas ao rápido crescimento da população. Grandes extensões de áreas agrícolas nesses países são dedicadas à exportação de grãos, privando as pessoas que neles vivem de uma alimentação adequada. A erosão do solo por péssimas práticas agrícolas fará com que 60 mil espécies de plantas - um quarto do total existente no mundo - possam ser perdidas até 2025. Os estoques de peixes também estão sob ameaça. De acordo com a FAO, 69% dos estoques de peixes vendidos convencionalmente estão sob ameaça, pois essa fauna é destruída e a sua recuperação é muito mais lenta do que o consumo. Para acomodar uma população de 8 bilhões de pessoas, em 2025, será necessário que o planeta duplique sua capacidade de produção de alimentos e incremente o sistema de distribuição dos mesmos. A maior parte da produção vir de lavouras que utilizam altas tecnologias, mas elas, em contrapartida, requerem fertilizantes e outros produtos químicos que podem prejudicar o equilíbrio ecológico. Mesmo os países mais pobres podem tomar medidas de proteção ao solo e a água, incrementando a sua própria capacidade agrícola. No século 20, as emissões de CO2 cresceram 12 vezes, de 534 milhões de toneladas métricas para 6,59 bilhões de toneladas métricas, o que contribuiu muito para a tendência de aquecimento global. O Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) estima que a atmosfera possa sofrer um aquecimento de 5,8 graus Celsius no próximo século e que o nível do mar suba cerca de meio metro. Em 1995, 20% da população do mundo que vivia em países com alto uso de combustível fóssil per capita contribuía 63% para as emissões globais de CO2. E 20% da população que vivia em países com baixas emissões de CO2 contribuía com apenas 2% do total. Os Estados Unidos, com 4.6% da população mundial, produz 25% das emissões globais de gases estufa. Nos países industrializados, as emissões per capita tem permanecido relativamente as mesmas desde os anos 70. As emissões per capita ainda estão baixas nos países em desenvolvimento, mas essa desigualdade tende a diminuir. Cientistas acreditam que a mudança climática terá sérios impactos, inclusive aumentando a frequência de temporais, enchentes e erosão do solo. Isso irá acelerar a extinção de animais e mudar o perfil de zonas agrícolas, ameaçando a saúde pública. Nas últimas décadas, enquanto a população mundial atingiu seu pico, as taxas de destruição das florestas atingiram seus mais altos níveis na história. As florestas tropicais contém cerca de 50% da biodiversidade do mundo. Se forem mantidas as taxas atuais de derrubada de florestas, as mais importantes delas estarão destruídas em 50 anos, causando irreversíveis perdas de espécies.