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emissões de co2
2007-01-31
O Conselho Mundial de Energia (CME) considera "indispensável" o desenvolvimento da energia nuclear na Europa, para contar com uma alternativa ao "encarecimento da eletricidade", e para reduzir o aquecimento global. Em Londres, na apresentação de um relatório sobre o papel da energia nuclear na Europa, o secretário-geral do CME, Gerald Doucet, declarou que as fusões que ocorreram na Espanha, em referência às ofertas públicas de aquisição lançadas pela Endesa, maior companhia elétrica espanhola, deveriam ser motivo de "preocupação".

Estas fusões "mostram que não haverá um mercado suficientemente diversificado de fornecimento de energia se fecharmos as usinas nucleares", enquanto os preços "continuam subindo", declarou Doucet. O secretário-geral do Conselho Mundial de Energia disse que, com estas altas de preços, é provável que "os cidadãos comecem a entender que existem mais opções, e a ver a segurança das usinas nucleares de maneira diferente".

O diretor do relatório, Alessandro Clerici, insistiu que uma das chaves para o desenvolvimento da energia nuclear está na opinião pública, que "deveria reconhecer a segurança" deste tipo de energia, atualmente responsável pela produção de 30% da eletricidade na Europa. De acordo com Clerici, a oposição da população à energia nuclear se dá pela "falta de informação".

Na sua opinião, atualmente, a "maior preocupação" da população é com os cemitérios nucleares, onde deveriam ser armazenados os dejetos gerados por estas atividades. Clerici atribui esse receio à incapacidade da comunidade nuclear de informar sobre seus êxitos no campo da segurança.

As cidades próximas aos lugares onde estes cemitérios devem ser construídos se opõem sistematicamente às obras, segundo ele, algo que curiosamente não ocorre na Suécia, onde dois municípios disputam um depósito deste tipo, devido aos numerosos benefícios que ele levará à região.

O relatório, que informa que a Europa importa atualmente metade da energia que utiliza, e que essa proporção chegará a 70% em 2030, conclui que, com a geração de energia nuclear, a emissão de 500 milhões de toneladas de CO2 (anidrido carbônico), entre 15% e 20% do total da União Européia (UE), pode ser evitada.

Esta é uma das vantagens que o CME utiliza para defender o desenvolvimento da energia nuclear, já que evitar emissões de CO2 desaceleraria o aquecimento global que atualmente afeta o planeta, e que pode trazer conseqüências desastrosas.

O diretor do relatório assegurou que a possibilidade de ocorrerem novos desastres como o de Chernobil é "muito, muito pequena", e que, com a terceira geração de reatores que está sendo desenvolvida, um acidente é "100 vezes menos provável", e a geração de dejetos é "100 vezes menor, porque as usinas são mais eficientes".

Os autores do estudo denunciaram que os políticos na Europa agem "em função dos votos", ao invés de fazê-lo de maneira responsável, e defenderam uma política energética comum européia, para que "cada país não faça o que quiser".

Eles afirmaram que as energias renováveis são uma fonte de eletricidade que também defendem, e que podem conviver com o desenvolvimento da energia nuclear, mas que não podem suprir sozinhas as necessidades de energia, já que atualmente não representam mais do que 1% do consumo mundial.

O Conselho Mundial de Energia, fundado em 1923 e sediado em Londres, é integrado por representantes dos setores público e privado de 90 países e se propõe e "promover o fornecimento e uso sustentável de energia para grande benefício de todos".
(EFE, 31/01/2007)

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