Apreendidos 4 mil m3 de madeira ilegal no Mato Grosso
2007-01-30
A “Operação Cupim”, desencadeada por policiais ambientais e fiscais da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) apreendeu em Cuiabá e Várzea Grande quase 4 mil metros cúbicos de madeiras nobres semi-industrializadas e sem origem comprovada em menos de uma semana.
Três madeireiras foram fechadas pelos fiscais porque todo o estoque exposto à comercialização estava ilegal. E das 11 vistoriadas até a última sexta-feira, somente duas funcionavam dentro das exigências legais.
Em uma única madeireira da Capital, localizada na avenida Archimedes Pereira Lima (estrada do Moinho), os fiscais aprenderam 1,9 mil metros cúbicos de espécies de grande aceitação no mercado, entre os quais jatobá, cambará, peroba, itaúba e cedrinho, avaliados em cerca de R$ 1 milhão.
O volume de madeira ilegal apreendida até o final da tarde de ontem se aproxima de 4 mil metros cúbicos, de acordo com dados da Coordenadoria de Fiscalização Florestal. Também foram aplicados quase R$ 1,5 milhão em multas.
A coordenadora de fiscalização florestal da Sema, Maísa Valéria Rondon, disse que a madeireira que sofreu a grande apreensão até estava cadastrada na Sema, mas não informava sua movimentação, que constava como zero. “Não basta ter cadastro, os responsáveis pela empresa precisam informar a movimentação de entrada e saída de madeira no estoque”, assinalou Maísa.
A operação, explicou a coordenadora, tem como objetivo o levantamento do estoque de produtos florestais nos pátios de madeireiras, lojas de materiais de construção e outros estabelecimentos que atuam no ramo.
A Lei Estadual 233, no artigo 26, obriga as empresas que comercializam produtos florestais a manter o Cadastro de Consumidor de Produtos Florestais (CC) junto à Sema atualizados, apontando o número da Guia Florestal (GF) emitida por quem vendeu a madeira.
Pela estimativa da Sema, em Cuiabá e Várzea Grande existem quase 60 empresas que vendem madeira. A intenção dos fiscais ambientais é de visitar todos os locais nos próximos dias.
O delegado da Delegacia do Meio Ambiente, Gianmarco Paccola Capoani, ouviu os dois contadores e a gerente da madeireira localizada na estrada do Moinho. Entretanto, segundo Capoani, nenhum deles conseguiu explicar a origem da madeira e apresentar a documentação exigida para o armazenamento.
Os nomes das empresas autuadas pela Sema estão sendo mantidos em sigilo, porque, segundo Maísa Valéria, todas têm direito a recorrer da ação administrativamente e na Justiça.
(Por Alecy Alves, Diário de Cuiabá, 30/01/2007)
http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=277279