Depois de ficar de fora do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), divulgado semana passada pelo governo federal, a retomada das obras da usina nuclear Angra 3 sofreu mais um revés: foi cancelada por tempo indeterminado a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), marcada para hoje (30/1). O principal assunto da pauta era justamente a Angra 3. A informação é do Ministério das Minas e Energia.
"Isso tudo mostra que não há acordo político no governo federal para bancar o projeto de Angra 3. Esperamos que desistam definitivamente da usina nuclear, porque temos alternativas mais interessantes, tanto do ponto de vista econômico como ambiental", afirma Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace Brasil. "As fontes renováveis de energia são o futuro, mas temos que investir a partir de hoje."
O custo previsto para se retomar as obras de Angra 3 está avaliado em mais de R$ 7 bilhões, com prazo de seis anos para sua conclusão. O PAC prevê investimentos de R$ 274,8 bilhões até 2010 no setor energético brasileiro, R$ 78 bilhões dos quais para a expansão do sistema.
Enquanto o Brasil decide se vai ou não construir uma terceira usina nuclear, países da União Européia desligam reatores e China e Índia traçam planos de médio e longo prazos para mudar sua matriz energética e investir pesado em energias renováveis. O futuro começou e depende de recursos e vontade política para vingar. Do primeiro, o Brasil tem de sobra. A segunda parte é a mais problemática...
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Greenpeace Brasil, 29/01/2007)