Representantes do Movimento de Apoio ao Pequeno Agricultor (MPA) vão apresentar hoje (30/01) ao prefeito de Rio Pardo, Joni Lisboa da Rocha, o projeto de instalação de uma usina para extração de biocombustível de plantas oleaginosas. A iniciativa faz parte de um programa que busca novas alternativas de renda para os agricultores dos vales do Rio Pardo, Taquari, Litoral Norte e parte da Região Sul do Estado.

O projeto é semelhante ao desenvolvido em Palmeira das Missões, no noroeste gaúcho, onde já está em funcionamento a Coperbio, uma cooperativa na qual ocorre a produção de biodiesel em parceria com a Petrobras. Lá existe uma refinaria na qual é feito o beneficiamento do combustível.

A inteção, de acordo com o coordenador estadual do MPA no Rio Grande do Sul, Gilberto Tuhtenhagem, é implantar uma unidade semelhante em Rio Pardo. O município foi escolhido por estar localizado em região central do Estado e por possuir linha férrea, que possibilitaria o escoamento da produção.

A previsão de investimento é de R$ 4 milhões. Parte desses recursos seriam próprios do MPA e o restante viria por meio de parcerias com universidades, prefeituras, governo federal e outras entidades que trabalham com a diversificação produtiva. Segundo Tuhtenhagem a unidade deve começar a operar em três meses. Ela seria chamada de Cooperativa de Fumicultores do Brasil (Coperfumo). Antes disso, porém, é necessário conseguir uma área de terras para a construção do prédio que serviria como unidade de formação para os produtores beneficiados.

Na reunião de hoje, com o prefeito, o representante do movimento vai solicitar 13 hectares na localidade de Ramiz Galvão, nas margens do Rio Jacuí.

Quando estiver em funcionamento a unidade de Rio Pardo vai atender também os produtores de cana-de-açúcar. Segundo Tuhtenhagem o objetivo é promover ainda a extração de álcool combustível. De acordo com o projeto os resíduos resultantes do esmagamento do produto, serão destinados para a alimentação de animais e produção de ração.

O MPA apresentou a sugestão de construir a usina em setembro do ano passado. Entretanto, segmentos ligados ao meio rural de Rio Pardo teriam apresentado resistência à obra.
(Gazeta do Sul, 30/01/2007)