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emissões de co2
2007-01-30
Um fenômeno que vai contra o que normalmente se espera da reação dos Estados Unidos quando o assunto é mudanças climáticas. Um total de 116 empresas norte-americanas correram em dezembro para registrar as emissões de gases do efeito estufa junto ao Registro de Ação Climática da Califórnia – mais do que dobrando o número de empresas cadastradas, para 221.

A ação ainda não resultará em redução de emissões, mas é um sinal de que muitos empresários da terra campeã em emissões começam a estudar suas operações em um mundo onde gases do efeito estufa são considerados poluentes tão pesados que trazem conseqüências penosas para que os solta.

Entre as companhias que se cadastraram estão a Xerox, Kodak, Hewlett Packard, Southern Califórnia Edison, Dow Chemical, Kaiser Permanente e Ultramar. A cidade de São Francisco registrou suas emissões, assim como a Universidade de Stanford e o Distrito do Colégio comunitário de Los Angeles.

A correria do ultimo ano foi disparada pelo prazo final estabelecido pela nova lei estadual contra o aquecimento global, que permitiu aos empresários informar voluntariamente suas emissões até 31 de dezembro para que sejam elegíveis ao créditos, uma vez que a regulação entrará em ação sob o Ato 32. A lei entrou em vigor no dia 1º de janeiro e, como as regras estão por vir, muitos ainda podem se registrar.

A Califórnia foi o primeiro estado americano a lançar um programa completo de redução de emissões baseadas no dióxido de carbono (CO2). Mais recentemente, 31 outros estados, a maior parte no nordeste e meio-oeste, estão desenvolvendo projetos semelhantes. Estes programas ocupam um vazio deixado pelo Congresso em Washington, onde Bush não propôs nenhuma estratégia para reverter o aquecimento global e o Senado não ratificou o Protocolo de Kyoto porque acredita que o mesmo colocaria a indústria doméstica em desvantagem competitiva.

Uma das vantagens para quem já se está dentro do Programa de registro é que estará melhor posicionado para liderar debates sobre a regulação e obter vantagens no mercado para os produtos, como painéis solares, turbinas eólicas e combustíveis alternativos. ”Este será um exercício útil para que os negócios andem no processo de registros e conhecimento do total de emissões”, disse o porta-voz da Câmara de Comércio da Califórnia, Vince Sollitto, que pediu a cerca de 15 mil membros para agirem no mês passado.

Em junho, o Conselho irá publicar uma lista de medidas realizadas, apesar de que todas as regulamentações não estarem completas até 2012. As regras provavelmente afetarão uma larga gama de emissores, incluindo usinas energéticas e operadoras de petróleo e gás.

O obscuro Registro Climático é uma entidade sem fins lucrativos criado quatro anos atrás para ajudar os empresários a quantificar as emissões de gases do efeito estufa e traçar mudanças. Baseado no conceito de mercado de carbono, as empresas esperam que suas ações antecipadas dêem algum alívio quando reduções mandatárias entrarem em vigor. Elas esperam inclusive poder lucrar com a venda de porções dos créditos que reduzirem além das metas.

CARROT (cenoura em inglês) é o nome da metodologia usada pelo Registro Climático. Um programa de computador calcula a produção de carbono vinda da combustão de vários combustíveis fósseis nos veículos, aquecedores, fábricas e outros equipamentos. E este é o primeiro passo, já que mesmo que estados ou países regulem o carbono diferentemente, todos devem contar da mesma maneira, explica a presidente do Programa de Registo, Diane Wittenberg. “Este é um movimento para encontrar uma moeda comum para medir as coisas da mesma maneira”, disse. O Programa já certificou cerca de 300 milhões de toneladas de gases do efeito estufa e cerca de metade desta quantidade é referente a companhias de outros estados ou países. A empresa Bentley Prince Street, uma das maiores manufatureiras de carpetes no litoral oeste americano, estabeleceu como meta que a empresa não teria impactos negativos no meio ambiente em 2020.

A estratégia chave foi reduzir o consumo de combustíveis fósseis. Através do protocolo de registro, a companhia pôde identificar todas as operações que contribuíam para o aquecimento global. A fábrica então mudou os processos e equipamentos, incluindo as máquinas de impressão de carpetes e substituiu o uso intensivo de energia para a pintura metálica. O resultado foi uma redução de 13% nas emissões de gases do efeito estufa.
(Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil com informações do Los Angeles Times, 29/01/2007)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=17472&iTipo=7&idioma=1

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