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2007-01-30
A ajuda inesperada da natureza encerrou ontem (29) a operação de limpeza dos arroios Fragata e Moreira, onde aproximadamente 40 toneladas de peixes apareceram mortos na semana passada. A mudança do vento e da correnteza, aliada à cheia dos arroios, levou embora para o canal São Gonçalo dezenas de toneladas de animais mortos que estavam acumuladas nos dois locais. Ontem, tanto os arroios como o canal amanheceram limpos. O auxílio da “Mãe Natureza” foi festejado pelas equipes envolvidas no trabalho. A estimativa era de que a retirada dos peixes só fosse concluída na próxima semana.

O gerente regional da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) em Pelotas, Francisco Finger, não deu garantias de que os laudos sobre as amostras de água colhidas por técnicos da Fepam em diversos pontos dos dois arroios sejam divulgados hoje, como anunciado na semana passada. “Na quarta ou quinta-feira o diretor-presidente da Fepam, Renato Breunig, e a secretária de Meio Ambiente, Vera Callegaro, poderão estar em Pelotas. Então, talvez haja alguma divulgação ou anúncio oficial sobre isso”, disse. O resultado das análises irão determinar o rumo das investigações sobre as causas e responsabilidades em torno da mortandade de peixes. “A partir disso iremos verificar como está a situação de cada uma das indústrias existentes naquela região”, confirmou Finger.

Eclusa

O fechamento das comportas da eclusa do canal São Gonçalo, apontado como um dos fatores associados à mortandade por impedir a migração natural dos cardumes na época da piracema (período de reprodução das espécies de água doce), foi parcialmente solucionado. Em reunião realizada no final de semana com técnicos da Fepam ficou acertada a abertura das comportas quando houver cardumes nas imediações da eclusa. A medida visa permitir o acesso dos peixes à Lagoa Mirim e para longe da água salgada que chega através da Lagoa dos Patos. Pelo mesmo motivo as comportas também ficarão abertas mais tempo do que o necessário nos horários de passagem de embarcações.

Causas e conseqüências

Sem conhecer o conteúdo dos resultados das análises da água recolhida nos pontos onde ocorreu a mortandade, o diretor do curso de Ecologia da UCPel, Marcelo Dutra da Silva, aposta na combinação de dois fatores para tentar explicar o que aconteceu: salinização da água e poluição. Pela teoria de Silva, os cardumes entraram pelo São Gonçalo tentando escapar da água salgada e acabaram encurralados em locais poluídos.
Embora acredite na existência de agentes poluentes na água dos arroios Fragata e Moreira, Silva diz torcer para que a causa da mortandade tenha sido apenas a salinização da água, por se tratar de um fenômeno natural. “Um episódio desses causado por poluição poderia alterar a base da cadeia alimentar de todo o ecossistema, causando danos muito maiores a médio prazo”, justificou.

A criação de uma Agência Municipal de Monitoramento Ambiental (Amma) capaz de reunir entidades de fiscalização e ensino é, na opinião do professor, o melhor meio de prever e até evitar que novos desastres como este voltem a ocorrer. “Temos em nossa região fartura de um recurso natural (água) que não estamos sabendo utilizar. Uma rede de informações e monitoramento seria eficaz para evitar que este potencial seja colocado em risco”, explicou.

Sabedoria Popular
Para os pescadores Luís Carlos Rodrigues e Gélson Pereira a mortandade de peixes não é novidade, embora as proporções tenham assustado. “Todos os anos quando a água salga cedo isso acontece”, disse Rodrigues. Enquanto o pescador afirma acreditar serem a salinização e o fechamento da eclusa as únicas causas da mortandade, o colega de ofício, Pereira, lança um olhar desconfiado para as águas do arroio Moreira. “Não foi só o sal que matou estes bichos, pode apostar que tem muita poluição por aqui também”, defende. No arroio Moreira, nas proximidades da BR-116, a água escura de aparência oleosa e com cheiro de esgoto parece atestar o que diz o pescador.

De volta ao local do desastre

Na manhã de ontem o Diário Popular voltou aos locais onde ocorreu a mortandade de peixes na semana passada. A convite do jornal participaram da expedição o coordenador do curso de Ecologia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Marcelo Dutra da Silva, o sargento da 3ª Companhia de Policiamento Ambiental, Paulo Roberto Silva Aires, e os pescadores Luís Carlos Belém Rodrigues e Gélson Pereira.

Em quatro horas de viagem de barco foram percorridos trechos do canal São Gonçalo, arroio Fragata, lagoa Fragata e arroio Moreira, onde até o final de semana estavam milhares de peixes mortos.

Ontem, todavia, não haviam resquícios do desastre ambiental. “A natureza nos deu uma ajuda e tanto”, comentou o sargento Aires ao se deparar com as águas limpas dos arroios. No domingo (21/01), o policial foi um dos primeiros a chegar ao local da mortandade e o responsável por elaborar a primeira estimativa da quantidade de animais mortos: 12 toneladas. “Isto aqui estava tapado de peixes mortos”, disse enquanto apontava para a entrada do arroio Moreira.

Atuação municipal

O vereador Otávio Soares, prefeito em exercício até ontem, destacou a atuação dos órgãos municipais no episódio da mortandade dos peixes nos arroios Fragata e Moreira. “Unimos esforços e demonstramos que as secretarias são capazes de dar o suporte necessário para o bem da comunidade”, disse Soares em reunião com o diretor-presidente do Sanep, Hélio da Costa Silva, e o secretário adjunto de Qualidade Ambiental, Roberto Sena de Souza. Soares salientou ainda que não foram medidos esforços para que a remoção dos peixes mortos fosse executada na busca por amenizar o incidente e evitar nova situação de risco ambiental.
(Diário de Pelotas, 30/1/2007)
www.diariodepelotas.com.br

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