Novo relatório aponta fracasso dos transgênicos
2007-01-29
Um novo relatório, divulgado neste mês pela entidade Amigos da Terra Internacional, coloca mais lenha na fogueira no debate sobre os transgênicos. O documento "Quem se Beneficia com os Grãos Geneticamente Modificados?” analisa o desempenho da tenologia entre os anos de 1996 e 2006.
A Amigos da Terra afirma que mais de mais de 70% das plantações de transgênicos em larga escala continuam limitadas a dois países, os Estados Unidos e a Argentina. O Brasil é o terceiro país em produção de transgênicos no mundo.
O documento aponta casos de contaminação de lavouras convencionais por grãos transgênicos, o aumento da rejeição entre consumidores e diz que a tecnologia não tem contribuído para aliviar a fome no mundo. Segundo o relatório, os grãos transgênicos aumentaram o uso de agrotóxicos e têm demonstrado produtividade menor do que as sementes convencionais. No ano passado, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos admitiu que as colheitas transgênicas foram menores que as convencionais. Também em 2006, uma pesquisa de opinião pública na União Européia revelou a rejeição dos europeus à comida geneticamente modificada.
No caso do Brasil, o relatório aponta que a produtividade da soja vem caindo desde 2002 e que os agricultores do Rio Grande do Sul relatam que a variedade de soja RR, da Monsanto, sofreu maior queda em produtividade do que a soja convencional durante a estiagem ocorrida entre 2004 e 2005. O documento também relata que a expansão da soja é uma das maiores responsáveis pelo desmatamento da Floresta Amazônica.
O relatório da Amigos da Terra Internacional reforça a polêmica sobre o sucesso ou o fracasso dos transgênicos no mundo. Recentemente, um instituto internacional ligado à indústria de biotecnologia apontou que a área plantada com transgênicos no mundo foi de 102 milhões de hectares em 2006. Já a organização não-governamental Greenpeace divulgou um terceiro documento, apontando casos que mostram o aumento da rejeição aos produtos geneticamente modificados em diversos países do mundo.
(Por Raquel Casiraghi, Agência Chasque, 26/01/2007)