O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai criar duas linhas de crédito para dar sustentabilidade a alternativas econômicas para a recuperação de áreas degradadas: uma para financiar projetos em distritos florestais e outra para a concessão de manejo florestal. O anúncio foi feito na tarde da sexta-feira, 26, pelo presidente da instituição, Demian Fiocca, e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que estiveram reunidos por quase três horas, na sede do banco, no centro do Rio.

Após observar que o BNDES está em "perfeito alinhamento com a visão" do ministério, de associar o desenvolvimento econômico ao respeito ao meio ambiente, Fiocca disse que as linhas de crédito fazem parte de um esforço para "redirecionar o que não está sendo bem feito, em vez de apenas impedir". "Não apenas vedar legalmente, fiscalizar e coibir o que não pode, mas também ajudar a construir alternativas de atividade econômica, só que em base sustentável, ou seja, de maneira ecologicamente responsável", declarou.

Durante a reunião, Fiocca conversou com a ministra, mais especificamente, sobre a criação do distrito florestal de Carajás, no Pará, onde se situa o maior pólo de produção de ferro do mundo, área de atuação da Companhia Vale do Rio Doce. Sem adiantar detalhes sobre a linha de crédito, o presidente do BNDES disse apenas que os juros devem ser baixos, e considerou que não haverá dificuldade para obtenção dos recursos necessários.

Segundo a ministra, a proposta em Carajás é recuperar áreas devastadas por meio de ações de reflorestamento, seja utilizando espécies nativas ou exóticas. "Estamos pensando um arranjo que possibilite uma solução definitiva do passivo ambiental de Carajás", disse Marina.
(Por Karine Rodrigues, Estadão, 26/01/2007)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2007/jan/26/229.htm