A Bunge, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, confirmou que continua interessada em adquirir usinas para começar a produzir açúcar e álcool no Brasil. A procura já dura meses, mas as negociações ainda esbarram em preço. A multinacional considera que os pedidos estão elevados por conta da boa fase desses mercados, sobretudo do álcool.
"Temos tempo, podemos esperar", disse ao Valor o presidente mundial grupo, o brasileiro Alberto Weisser, que acompanha o Fórum de Davos. Como trading, a empresa já começou a exportar açúcar a partir do Brasil - já foram 500 mil toneladas - e planeja avançar também nessa atividade. Com usinas próprias no país, a Bunge busca melhor sinergia e ganhos de escala. Graças principalmente aos negócios com soja, a Bunge é a principal exportadora do agronegócio brasileiro.
O plano de investir diretamente no segmento no Brasil não exclui eventuais sociedades, mas, nesse caso, a múlti quer ser majoritária - ao contrário do que acontece nos projetos com biodiesel na Europa e nos Estados Unidos. Nessas regiões, a empresa tem participações minoritárias de, em média, 30%. Nos EUA, a Bunge está construído duas fábricas de etanol. Na Europa, tem participação em duas unidades de biodiesel na Alemanha, duas na Espanha, uma na Itália e outra na Áustria. Nos EUA, o etanol é feito a partir do milho.
(Por Assis Moreira,
Valor Econômico, 26/01/2007)