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2007-01-26
Os países industrializados e em desenvolvimento devem aumentar a eficiência energética e as fontes de energia renováveis diante das evidências de mudança climática, afirmaram nesta quinta-feira, 25, vários especialistas que participam do Fórum Econômico Mundial (FEM) em Davos.

Diante dos riscos iminentes para o ser humano, como prováveis problemas de fornecimento de água potável ou o aumento do nível do mar, o diretor do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (EUA), Steve Chu, afirmou que a "ciência deve entrar em ação", particularmente através do desenvolvimento de biocombustíveis.

O impacto da mudança climática sobre as sociedades e as economias foi reconhecido pelos líderes empresariais nesta semana em Davos e também pelos EUA, um dos países mais reticentes em aplicar o Protocolo de Kyoto (vigente desde 2005) sob o argumento de que prejudicaria sua indústria.

Os Estados Unidos são os maiores emissores de dióxido de carbono do mundo, a principal causa do aquecimento do planeta, com quantidades que chegam a 24 toneladas per capita por ano, em comparação das quatro toneladas da China e das duas da Índia. No entanto, o ritmo de crescimento destas duas últimas economias permite prever que suas emissões também aumentarão rapidamente.

Representantes da Índia e da China presentes na sessão do Fórum de Davos que tratou da mudança climática disseram que, embora seus países realizem esforços ambientais, não estão dispostos a sacrificar seu desenvolvimento para solucionar uma situação provocada pelos países industrializados.

"É necessário reconhecer que os países em desenvolvimento contribuíram muito pouco para este problema, de modo que não podem ser impostos limites", afirmou o vice-presidente da Comissão de Planejamento da Índia, Montek Ahluwalia.

Apesar disso, disse que seu governo se esforça para alcançar "tecnologias limpas" que permitam reduzir as emissões de dióxido de carbono e afirmou que a energia nuclear aparece entre essas alternativas. Ele também mencionou como caráter simbólico que foram iniciados trabalhos na residência do presidente de Índia para reduzir em 30% o seu consumo de energia.

Ahluwalia deixou claro que os países desenvolvidos descumpriram seus objetivos em termos de redução de emissões e os convidou a adotarem medidas para alcançarem os níveis requeridos. Além disso, disse que seria oportuno que estas nações encontrassem "incentivos" para promover as energias limpas nos países em desenvolvimento.

Representando a China, o vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento, Zhan Xiaoqiang, afirmou que seu país está interessado em "desenvolver energias limpas e políticas favoráveis ao meio ambiente" e, como exemplo, afirmou que realizou a maior campanha de reflorestamento do mundo.

Além disso, disse que Pequim traçou o objetivo de reduzir em 20% as emissões entre 2005 e 2010 - embora na rodada de perguntas seu otimismo tenha aumentado e o levou a afirmar que se poderia chegar a 50% - e se propôs a aumentar em 16% o uso de energias renováveis para 2020.

Medidas californianas
O presidente da Assembléia da Califórnia, Fabian Núñez, destacou as medidas em favor do meio ambiente que foram adotadas por este Estado e disse que esperava que, após as próximas eleições presidenciais em seu país, os EUA assumam a liderança nesta questão. Núñez afirmou que a Califórnia aplica um plano que permitirá que, reduza suas emissões de dióxido de carbono até 2020 para os níveis de 1990.

Da perspectiva empresarial, o responsável executivo da seguradora suíça Swiss Re, Jacques Aigrain, disse que a tecnologia oferece possibilidades de solução para a mudança climática, mas afirmou que, para isso, deve ser transferida para os países em desenvolvimento que necessitam dela.

Ele afirmou que é fundamental que a Índia e a China contem com tecnologias limpas para reduzir o impacto dos combustíveis fósseis, como o carvão, no meio ambiente. Esta é a principal fonte de energia de ambos os países.
(EFE, 25/01/2007)
http://www.estadao.com.br/ultimas/economia/noticias/2007/jan/25/268.htm

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