No interior do Ceará, no município de Chorozinho, cerca de 130 famílias permanecem acampadas em frente à fazenda Campestres. Elas estão no local desde a última sexta-feira (19/01) e aguardam uma posição do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que se comprometeu a fazer nova vistoria no local e divulgar um parecer até início de fevereiro. A informação é do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Em janeiro, os Sem Terra do acampamento Luiz Carlos ocuparam a área pela segunda vez para denunciar irregularidades no laudo de vistoria emitido em dezembro de 2006, que considerava a área produtiva.
Após a ocupação, as famílias foram recebidas pelo novo secretário de Desenvolvimento Agrário do Ceará, Camilo Maia, pelo superintendente regional do Incra, Francisco Clesson Dias Monte, e por representantes da Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Polícia Militar. Também participaram das reuniões membros da Comissão Pastoral da Terra e da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Estado.
O MST contesta a produtividade da fazenda e, diante disso, o Incra decidiu formar uma comissão para fazer a análise de novo. O órgão federal reconheceu as dificuldades e criou uma comissão permanente, com participação dos movimentos sociais, para avaliar a situação da Reforma Agrária no Ceará.
Odair Magalhães, da direção estadual do MST no Ceará, destacou que os técnicos do Incra não levam em consideração o cumprimento das funções social e ambiental das propriedades ao fazer a vistoria das áreas.
Segundo o MST, outras 25 fazendas cearenses constam como produtivas em laudos, mas estão abandonadas.
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Adital, 24/01/2007)