Águas residuais correm a céu aberto há mais de dois meses em cidade portuguesa
2007-01-25
Águas residuais estão a correr de um sistema de saneamento a céu aberto há dois meses, na Torre, Serra da Estrela, alertaram ambientalistas. O fio de água acastanhada que escorre pela encosta pelo menos desde Novembro foi denunciado nos últimos dias em alguns blogues na Internet e continuava visível.
As águas residuais provêm de um tubo de plástico do subsolo e escorrem pela encosta, a algumas centenas de metros das traseiras do centro comercial da Torre, o ponto mais alto de Portugal continental e que faz parte do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).
José Maria Saraiva, da associação Amigos da Serra da Estrela (ASE), referiu que a água terá origem em fossas sépticas instaladas no local. "Uma torre de iluminação caiu naquela zona e partiu um dos tubos de canalização no mês de Novembro", referiu aquele responsável, explicando que esta informação foi veiculada por fontes do PNSE.
Em declarações à edição de hoje do “Correio da Manhã”, o director do PNSE, Fernando Matos, justificou a situação com a queda de uma "torre de iluminação e comunicações móveis" em Novembro, que rebentou os tubos da canalização.
"Trata-se de uma situação que nos preocupa, mas que ainda não foi possível resolver devido às condições climatéricas", referiu o responsável ao jornal, garantindo que vai tentar resolver o problema "dentro dos próximos dias".
No entanto, o representante da associação considerou a explicação caricata. "Se assim for, é lamentável que os tubos tenham sido colocados tão à superfície", disse José Maria Saraiva, em tom irónico. José Maria Saraiva apelou a uma rápida intervenção no sistema de saneamento.
Para o presidente da Associação Amigos da Serra da Estrela, a situação revela os prejuízos causados pela massificação turística naquela zona, nomeadamente provocada pelo turismo de neve. "Somos contra o que está a ser feito", sublinhou, numa alusão a investimentos turísticos previstos para os próximos dois anos.
(Lusa, 24/01/2007)
http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticia5978.asp