Queda de neve e temperaturas anormais marcaram o ano de 2006 em Portugal
2007-01-25
Queda de neve em zonas pouco habituais, ondas de calor e temperaturas mínimas abaixo do normal foram algumas das situações que marcaram o clima em Portugal continental durante o ano passado, segundo o Relatório Climático de 2006 divulgado hoje pelo Instituto de Meteorologia.
Entre os fenómenos registados destaca-se a queda de neve a 29 de Janeiro nas regiões do litoral e de baixa altitude, nomeadamente a Sul da zona montanhosa de Montejunto-Estrela, uma situação que o instituto sublinha como "pouco frequente".
O ano de 2006 ficou ainda marcado por cinco ondas de calor entre 24 de Maio e 9 de Setembro, sendo que a mais significativa ocorreu em Julho, nomeadamente na região do Alentejo. Porém, no Verão de 2006, o Instituto de Meteorologia verificou que Beja, Braga, Elvas e Penas Douradas foram as localidades afectadas pelo maior número de dias consecutivos de calor.
Ainda em Julho, a temperatura máxima média foi de 30,46º graus Celsius, enquanto a mínima chegou a ser superior a 20º graus durante a noite. A temperatura nestas "noites tropicais" foi a "maior observada desde 1990". O ano passado foi o quinto mais quente em Portugal desde 1931.
Por outro lado, os termómetros desceram para temperaturas iguais ou inferiores a zero graus durante um período duas a três vezes superior aos valores médios de Janeiro e Fevereiro.
Quanto à precipitação, o instituto indica que o Outono foi, em 2006, o terceiro mais chuvoso e mais quente desde 1931, tendo registado o valor mais alto da média da temperatura mínima dos últimos 76 anos.
Ainda segundo o relatório, a anomalia da temperatura média do ar no país foi superior a 1,05º graus em relação ao valor médio do período de referência (1961-1990).
Este aumento de um grau foi inclusivamente superior ao aumento verificado à escala global, que se situou em 0,42º graus acima do valor médio do período de referência, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial.
(Ecosfera, 24/01/2007)
http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticia5970.asp