Contagem preliminar estima 12 toneladas de peixes mortos em Pelotas
2007-01-24
Comuns às águas doces dos arroios Fragata e Moreira e da Lagoa do Fragata, quase 10 espécies de peixes foram surpreendidas provavelmente pela salinização repentina e morreram ontem, em Pelotas, na zona sul do Estado. Uma contagem preliminar da Companhia Ambiental estima em 12 toneladas o total de animais atingidos.
Conforme o movimento da corrente, o Canal São Gonçalo também recebe a água do mar e vai salinizando os arroios e as lagoas da região. Os peixes de água doce não resistem à intensidade do fenômeno e morrem.
Formando uma triste cobertura, acumulam-se na superfície traíras, jundiás, pintados, tambicus, mandinhos, cascudos, lambaris e até mesmo carpas, uma espécie exótica para a região.
Ontem à tarde, homens da Companhia Ambiental de Pelotas percorreram em uma lancha os dois arroios e a lagoa onde ocorreu a mortandade.
- Acreditamos que os peixes tenham sido mortos pela salinização da água. Mas vamos encaminhar um relatório ao Ministério Público, solicitando a análise técnica do local para apontar a causa com precisão - afirma o sargento Paulo Roberto Silva Aires.
Local de captação fica distante da área atingida
A Lagoa do Fragata e os arroios Fragata e Moreira, de águas doces, interagem entre si por meio do Canal São Gonçalo, que liga as lagoas Mirim e dos Patos. No verão, principalmente em períodos de pouca chuva, a água salgada do mar invade a Lagoa dos Patos e seus efeitos chegam até os arroios.
Embora haja um ponto de captação de água no Arroio Moreira, técnicos do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas garantem que não haverá problemas com a água consumida pela população, já que a estação de tratamento fica a 15 quilômetros do local onde os peixes apareceram mortos.
Os animais já se encontram em decomposição, e o alerta é para que a população não os consuma. Não há, no entanto, restrições à pesca na região. Ainda não foi definido como será feita a retirada dos peixes do arroio.
(ZH, 24/1/2007)
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