ES faz projetos para criação de unidades de conservação particulares
2007-01-23
Projetos de vários municípios do Espírito Santo estão concorrendo a recursos para criação Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Os projetos disputarão recursos do quinto Edital do programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, cujas inscrições foram prorrogadas até dia 31 próximo.
As propostas devem prever a criação de novas reservas ou de um conjunto de RPPNs. O programa é promovido pela Aliança para a Conservação da Mata Atlântica (parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica e a Conservação Internacional) e pela ONG The Nature Conservancy (TNC).
O programa oferece até R$ 8.000,00, no caso de criação individual, e R$ 40.000,00, para criação coletiva de RPPNs localizadas dentro de áreas específicas do bioma mata atlântica.
Segundo informou Filipe Mello, do projeto Corredor Central (Ecológico) da Mata Atlântica, somente do município de Santa Teresa estão concorrendo dois projetos, para grupos de propriedades. As organizações proponentes são os Bombeiros Voluntários e a Sociedade dos Amigos da Reserva Biológica Augusto Ruschi.
No total, os projetos do município de Santa Teresa poderão totalizar 15 propriedades.
Para a região de Empossado, no município de Afonso Cláudio, um projeto prevê a criação de cinco RPPNs. O projeto corredor dá orientações aos interessados na criação deste tipo de unidade de conservação. O telefone de contato é o (27) 3136.3476.
Também orienta a elaboração de projetos para criação de RPPNs a Associação Capixaba do Patrimônio Natural (ACPN), presidida por Sebastião Alves. Os contatos podem ser pelo e-mail é acpn.es@uol.com.br ou pelo telefone (27) 9973.1250.
Sebastião Alves informou que dos municípios de Ibatiba e Conceição do Castelo foram apresentadas propostas para criação de quatro RPPNs. Outro grupo de propriedades de Guaçui também foi formado. Do município de Baixo Guandu será apresentada uma proposta individual. Destaca o presidente da ACPN que diversos contatos com a entidade foram feitos e poderão ser apresentados projetos de criação de RPPNs.
O Espírito Santo tem apenas quatro RPPNs reconhecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e uma, cada, pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf).
As RPPNs são unidades de conservação importantes para o Espírito Santo, onde restam apenas 7% da mata atlântica original. O Estado perdeu 1,19% de sua vegetação nativa entre 1995 a 2000 e o pouco que resta vem sendo intensamente degradado.
Somente em uma operação de fiscalização aérea, na única operação 2006/2007 do Plano Integrado de Fiscalização e Monitoramento realizada foram visualizados 250 pontos de degradação na mata atlântica no Espírito Santo.
Os principais tipos de agressão são: brocagem da mata - supressão de vegetação em pequena escala, geralmente seguido do plantio de capim; corte seletivo - supressão de alguns exemplares de vegetação, selecionando as espécies; carvoaria - fornos ou madeira queimada a fim de ser transformada em carvão vegetal; desmatamento - supressão de vegetação em larga escala; mineração - extração de rochas, areia e outros tipos de recursos naturais; queimada - fogo ou indícios dele em uma determinada área; outros - consideram-se estradas no meio da mata, limpeza de área, entre outras ocorrências.
(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário - ES, 22/01/2007)
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2007/janeiro/22/noticiario/meio_ambiente/22_01_09.asp