Grandes empresas americanas solicitam que Bush detenha aquecimento global
2007-01-23
Algumas das maiores empresas americanas, entre elas Alcoa, General Electric e Dupont, exigiram nesta segunda-feira do presidente americano, George W. Bush, e do Congresso, que adotem medidas para enfrentar o aquecimento global. A Sociedade de Ação pelo Clima dos Estados Unidos (USCAP), que estas empresas integram, enviou a Bush uma carta datada desta segunda-feira, na qual exige que ele adote ações para impedir e, eventualmente, reverter o efeito estufa.
A poderosa USCAP solicitou a adoção de medidas urgentes por parte do governo americano para impor reduções obrigatórias nas emissões de gases das empresas, às quais muitos cientistas culpam pelo efeito estufa. O grupo, que opera dezenas de indústrias, sugeriu ainda um programa de negociação de licenças de emissão.
As grandes empresas divulgaram seu apelo um dia antes de o presidente pronunciar seu discurso anual sobre o "estado da União", um balanço geral sobre a situação do país. Alguns comentaristas políticos disseram acreditar que Bush se referiria a este tema.
Em oportunidades anteriores, o presidente americano declarou que não apoiava medidas imperativas à indústria de seu país sobre a emissão de gases e, em 2001, seu governo se retirou do Protocolo de Kyoto, que visa a reduzir os gases causadores de efeito estufa.
"Já deveríamos ter efeitos visíveis", declarou Jeffrey Immelt, presidente de GE, o primeiro congloremado industrial mundial, durante uma entrevista coletiva em Washington.
A redução das emissões dos gases de efeito estufa - os responsáveis pelo aquecimento global - é útil para o meio ambiente mas também constitui uma fonte de benefícios, consideram estes dirigentes. Ela também contribuirá para diminuir a dependência americana em petróleo, segundo eles.
Bush sempre afirmou que não é favorável à limitação das emissões industriais de gases de efeito estufa pelo governo. Sob sua presidência, os Estados Unidos, que representam um terço das emissões mundiais de Gases de Efeito Estufa, se recusaram a ratificar o protocolo de Kyoto.
Estavam com Immelt na entrevista coletiva para falar do assunto o presidente de Alcoa, Alain Belda, e os dirigentes de PG and E (energia), Lehman Brothers (finanças), FPL Group (energia), DuPont (química), Caterpillar (construção), Duke Energy e PNM Resources (energia).
O fornecedor de energia texano TXU Corp. declarou em comunicado que alguns dos objetivos desta Parceria estavam de acordo com suas próprias posições, e também expressou suas "crescentes preocupações" com o aquecimento global. Os membros da USCAP pediram ao Congresso que estabeleça tetos obrigatórios limitando a 5% o excedente de emissões de Gases de Efeito Estufa nos cinco próximos anos.
Novas metas seriam então estabelecidas para trazer estas emissões a entre 70% e 90% dos níveis atuais, em um período de 15 anos. As emissões deveriam em seguida ser limitadas, até 2050, a 60 ou 80% de seus níveis atuais. Vários projetos de lei já foram preparados pelos democratas, mais sensíveis a estas questões, desde que eles ganharam a maioria no Congresso.
(Por Justin Cole, AFP, 22/01/2007)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2007/01/22/ult1806u5348.jhtm