Dependência americana por petróleo do Oriente Médio dura anos, prevê diplomata saudita
2007-01-23
Na véspera do discurso anual do presidente George W. Bush ao Congresso dos EUA, em que ele deve defender uma maior independência de energia para o país, o embaixador saudita em Washington afirmou na segunda-feira que a maior potência mundial ainda passará "muitos anos" dependendo do petróleo do Oriente Médio.
Em palestra na universidade George Washington, o príncipe Turki Al Faisal disse que os EUA deveriam buscar a interdependência com o Oriente Médio, e não a independência. "Acho que deveríamos estar falando não em ser independente do petróleo do Oriente Médio para os Estados Unidos, mas em ser interdependente com o Oriente Médio para fontes energéticas", afirmou o diplomata.
Os EUA e outros países "vão permanecer na necessidade de recursos da nossa parte do mundo no setor energético durante muitos anos pela frente, e isso é algo que sua gente deve perceber", declarou. A Arábia Saudita é o maior produtor mundial de petróleo e domina a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), grupo que extrai mais de um terço do fornecimento global de petróleo.
O governo Bush e o Congresso estão cada vez mais voltados para a "segurança energética", com ênfase em combustíveis domésticos, como o etanol, para reduzir a necessidade de importação de petróleo. Atualmente, cerca de 60 por cento do combustível consumido nos EUA é importado. Uma fonte que pediu anonimato afirmou que em seu discurso Bush deve propor a adição de mais de 227 bilhões de litros anuais de álcool na gasolina a ser vendida nos EUA até 2030 --o que representaria cerca de 30 por cento do consumo de gasolina no país.
(Por Chris Baltimore, Reuters, 22/01/2007)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2007/01/22/ult29u53282.jhtm