Argentinos prometem manter bloqueio mesmo que o tribunal de Haia decida que a estrada deva ser reaberta
2007-01-23
Habitantes da localidade argentina de Gualeguaychú manterão o bloqueio no acesso ao Uruguai em protesto contra a construção de uma fábrica de celulose nesse país, mesmo que o tribunal internacional de Haia decida na terça-feira que a estrada deva ser reaberta. Mais do que isso, os "assembleístas", que há mais de dois meses interrompem de forma permanente um dos três acessos à fronteira, colocarão à meia-noite de segunda-feira a pedra fundamental nas obras dos refúgios que lhes permitirão manter o bloqueio quando o rígido inverno chegar.
O tribunal de Haia deve divulgar na manhã de terça-feira sua decisão sobre a queixa uruguaia contra os bloqueios, contrários às regras do Mercosul. A Argentina espera que o tribunal de Haia declare o assunto fora da sua jurisdição. "Saia o que saia [de Haia], da estrada não se sai", disse à Reuters Gustavo Rivollier, um dos ativistas de Gualeguaychú, cidade separada pelo rio Uruguai da localidade de Fray Bentos, onde se levanta a chaminé da fábrica.
Os moradores da cidade argentina, a 240 quilômetros de Buenos Aires, argumentam que a fábrica vai poluir o rio, afetando a saúde e a economia. O Uruguai afirma ter estudos provando que a obra da espanhola Ence, maior investimento privado da sua história, não contaminará o rio.
(Por Lucas Bergman, Reuters, 22/01/2007)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2007/01/22/ult729u64098.jhtm