O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) internacional anunciou que vai interromper o pagamento em dinheiro das operações que desenvolve na Coréia do Norte e realizar uma auditoria externa e independente nas atividades feitas no país. A iniciativa é uma resposta às acusações dos Estados Unidos de que o governo norte-coreano teria obtido dinheiro para seu programa nuclear por meio do desvio de verbas destinadas às ações do programa da ONU.
Junto com as investigações, o secretário-geral Ban Ki-moon anunciou que ordenará, em caráter de urgência, uma auditoria independente em todos os fundos e programas das Nações Unidas em todos os países.
Não se pode estimar qual o valor da possível verba desviada pela Coréia do Norte, de acordo com o administrador-adjunto do PNUD internacional, Ad Melkert. “Nós não estamos falando de centenas de milhões de dólares, [mas], durante um período de dez anos, é claro que poderia chegar a dezenas de milhões”, disse o administrador-adjunto em entrevista à imprensa após uma reunião com o secretário-geral da ONU, onde a questão foi discutida.
Apesar das acusações do governo norte-americano, Melkert afirma que as primeiras auditorias internas realizadas pelo PNUD no país não indicam que o suposto desvio de recursos tenha beneficiado o programa nuclear norte-coreano.
Desde outubro de 2006, quando o Conselho de Segurança impôs sanções à Coréia do Norte devido aos testes nucleares feitos pelo país, o PNUD passou a operar com maior rigidez no local, destacou Melkert. E, até março deste ano, a agência também suspenderá todos os pagamentos feitos em moeda corrente para o governo, os parceiros nacionais e os funcionários. Além disso, a agência mudará a forma de contratação de funcionários no país, que até então era feita pelo governo norte-coreano.
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Agência PNUD, 22/01/2007)