Óleo de navio abandonado vaza na costa da Grã-Bretanha
2007-01-23
Um navio abandonado no sul da Inglaterra sofreu um vazamento de óleo que se espalhou por cerca de oito quilômetros, disse a guarda costeira na segunda-feira, 22. O cargueiro MSC Napoli, abandonado por seus tripulantes depois de ser danificado por tempestades na quinta-feira passada, foi deliberadamente encalhado na baía de Lyme, em Devon, para impedir que afundasse. Ele adernou entre 18º e 25º e começou a deixar cair óleo e mais de 200 dos seus 2.400 contêineres no mar.
"Um brilho de óleo foi visto saindo do MSC Napoli, que é suspeito de vir do espaço alagado na casa de máquinas", disse a Agência Marítima e de Guarda Costeira, em nota. Cerca de 200 toneladas de óleo já teriam vazado da embarcação, espalhando-se por cerca de oito quilômetros. Mas as autoridades disseram que a mancha está "se rompendo e dissipando", sem representar uma grave ameaça ambiental.
Equipes de resgate esperam começar a recolher as 3.000 toneladas restantes de petróleo dos tanques do navio ainda na segunda-feira, mas alertam que a operação pode demorar vários dias. "Temos dois barcos fretados agora para receber o óleo, e o bombeamento deve começar hoje", disse Robin Middleton, representante do governo para operações de resgate e intervenção marítimos, à rádio BBC.
"Este é um produto muito viscoso, quase como lama, então o que eles têm de fazer é aquecê-lo e removê-lo lentamente. Pode provavelmente levar a maior parte da semana", afirmou. A guarda costeira disse que alguns contêineres a bordo levam materiais potencialmente perigosos - perfume, ácido de bateria e autopeças. Alguns se romperam e foram dar nas praias. "Os donos do barco indicaram uma empresa privada de segurança para guardar os contêineres que derem nas praias", disseram os proprietários da embarcação.
O Napoli, construído em 1991 e de bandeira britânica, ia da Bélgica para Portugal quando foi danificado, na quinta-feira. Seus 26 tripulantes foram resgatados de helicóptero. Em 2001, o mesmo barco, então chamado Normandie, encalhou num recife no estreito de Málaca (entre Malásia e Sumatra), lotado e a plena velocidade. Ficou várias semanas por lá, até ser rebocado para reparos que incluíram a soldagem de mais de 3.000 toneladas de metal no casco.
(AP, 22/01/2007)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2007/jan/22/102.htm