Ameaça da gripe aviária persistirá por anos, diz OMS
2007-01-23
O mundo vai precisar de anos para eliminar a gripe aviária, e a ameaça de uma pandemia humana vai existir enquanto o vírus estiver ativo nas aves, disse na segunda-feira, 22, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan. "Enquanto o vírus (que causa a gripe aviária e pode contaminar humanos, o H5N1) continuar circulando nos pássaros, a ameaça de uma pandemia vai persistir. O mundo está a anos de controlar a doença no setor avícola", disse ela, em um pronunciamento à diretoria executiva da organização, formada por 34 países.
Desde o ressurgimento da doença, em 2003, houve 267 casos de infecção em humanos, a maioria no Sudeste Asiático, sendo que 161 deles resultaram em mortes. Quase metade das mortes aconteceu em 2006, disse Chan. Embora a doença continue sendo uma enfermidade animal, ela não perdeu sua virulência nas oportunidades em que conseguiu passar para os seres humanos. A taxa de mortalidade em 2006 chegou a 70%, enquanto a média nos três anos é de 60%.
A OMS já fez vários alertas de que o vírus, que foi detectado pela primeira vez em 1997 em Hong Kong, pode deflagrar uma pandemia global se sofrer mutações que lhe permitam ser transmitido de pessoa para pessoa. Por enquanto, todos os casos de infecção humana envolveram contato com animais infectados. Chan, que assumiu a liderança da OMS neste mês, disse que é impossível prever quando, e se, essa mutação vai ocorrer.
"Os vírus da gripe são conhecidos por serem instáveis e caprichosos. É impossível prever seu comportamento", disse ela à diretoria, que se reúne duas vezes por ano. "A mensagem é simples: não podemos baixar a guarda." A gripe aviária é um dos principais assuntos da agenda do encontro da diretoria, que durará oito dias e também discutirá doenças infecciosas como a aids, a malária e a tuberculose, além de enfermidades crônicas como a diabete e as doenças cardíacas. Também será definido o orçamento da entidade para 2008-2009.
(Reuters, 22/01/2007)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2007/jan/22/242.htm