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2007-01-22
Na última sexta-feira, resultados do laudo técnico da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) sobre a balneabilidade das praias do Laranjal mostraram que apenas duas áreas estavam próprias para banho. O fato traz à tona a dúvida sobre a limpeza das águas da Lagoa no período de verão, quando o movimento no local é mais intenso. Procurado pela reportagem do Diário Popular, o diretor-presidente do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep), Hélio Costa da Silva, afirmou que o funcionamento da nova estação de tratamento de esgoto da praia deve melhorar a situação.

De acordo com ele, a manutenção dos filtros biológicos está em dia, mas não tem influência nos índices de balneabilidade encontrados. "Os filtros foram lavados nos meses de novembro e dezembro. Porém, ele detém matéria orgânica, não baixa coliforme fecal. Na questão de limpeza das águas, não é eficiente", comentou, ao mencionar que a instalação de um reator anaeróbico poderia resolver o problema de poluição. Conforme Silva, a estação deve entrar em funcionamento tão logo encerre a temporada de veraneio. "Nossa intenção é ligá-la após o verão para não prejudicar o movimento, porque vai impactar muito as ruas", explicou ele. "Acredito, sim, que no próximo verão, teremos melhores condições para a população", afirmou.

E se, em anos anteriores, a água do Laranjal parecia estar mais limpa e com bons índices permissivos para banho, Silva afirma que fatores naturais podem ter proporcionado o resultado. "Um grande tempo sem chover e uma ressaca no mar podem ter diluído a água e aumentado a balneabilidade. É bom que isso fique bem claro", destacou.

De olho na balneabilidade

Embora haja quem ignore as avaliações da Fepam, boa parte da população considera a atenção às placas sinalizadoras como uma medida de cuidado à saúde. É o caso dos moradores do Areal, Renato e Sílvia Ferreira. Eles e os dois filhos estão a veraneio na praia, mas tomam a precaução de se informar previamente sobre em que condições estão tomando banho. "Cuidamos principalmente por causa das crianças. E nos pontos impróprios a água é até mais escura. Dá para diferenciar", explicou Renato.

Já a moradora do Fragata, Salete Aires Rodrigues, preferiu ficar só na areia com sua filha de oito anos. "Nem entraremos na água", disse, ao comentar que ouviu falar das análises da Fepam e resolveu manter cautela. Gláucia e Gilda Oliveira, do Areal, também tiveram receio de arriscar uma entrada na Lagoa. "Tem partes da praia que nem têm placa. Não dá para saber mesmo onde está próprio e onde não. É melhor não tomar", falou Gilda.
(Diário de Pelotas, 22/1/2007)
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