Regularização de garimpo no sul do Amazonas deve respeitar meio ambiente, diz coordenadora
2007-01-19
A diretora de Desenvolvimento Sustentável na Mineração do Ministério de Minas e Energia (MME), Maria José Salum, informou que embora a ocupação e os trabalhos de extração de ouro no Garimpo do Juma estejam sob controle, os governos federal e estadual pretendem organizar a atividade a fim de impedir qualquer ação que possa degradar o meio ambiente. Salum é a coordenadora da comissão criada pelo governo federal para organizar a exploração do ouro e evitar futuros conflitos no garimpo recém aberto no sul do Amazonas, a cerca de 450 quilômetros de Manaus.
Segundo ela, o MME e outros órgãos governamentais já iniciaram uma série de ações no local. A principal delas, segundo Salum, é a legalização da atividade. “Estamos fazendo a legalização com grande preocupação ambiental. Para que a cooperativa que está sendo constituída pelos garimpeiros receba do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) o título de exploração, ela terá de ter uma licença ambiental, obtida junto ao governo estadual, ou seja, os garimpeiros terão de trabalhar com a visão de preservação ambiental”.
De acordo com Salum, da mesma forma que os prefeitos das cidades próximas, a comissão está preocupada com o grande número de pessoas que têm procurado o garimpo. “Já não há mais lugar. Os poucos postos de trabalho já estão ocupados por garimpeiros da própria região. Então, temos tentado esclarecer que não há lugar para novos trabalhadores e nem há ouro em grande quantidade”.
Salum disse que o ouro encontrado na Gruta do Juma é pouco e está concentrado em uma área muito pequena. Para ela, o garimpo não comporta muita gente e sua duração provavelmente será curta. “Temos alertado para tentar impedir o fluxo muito grande de pessoas. Elas ouvem a notícia de que é um garimpo com muito ouro, mas não é esta a condição”.
A preocupação das cidades próximas é de não comportar a quantidade de pessoas que possam se dirigir à região atraídas pela possibilidade de enriquecer trabalhando no garimpo. Para Salum, a realidade é bem diferente. “Uma vez lá, elas não encontrariam trabalho e nem sequer encontrariam ouro”.
(Por Alex Rodrigues, Agência Brasil, 18/01/2007)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/01/18/materia.2007-01-18.0466185291/view