Os profissionais do Projeto Baleia Franca foram surpreendidos quarta-feira (17/1) com a presença de uma fêmea e um filhote de baleia franca nas águas da Praia de Itapirubá, no Sul do Estado, próximo à sede do projeto. Os animais permaneciam até ontem à tarde na região, monitoradas pela equipe do projeto. O registro do mamífero nesta época do ano é considerado anormal, já que a partir de novembro eles partem para a Antártida em busca de alimento.
Toda a equipe está trabalhando no monitoramento à distância da baleia e do filhote, para não perturbar a tranqüilidade de ambos, que aparentam estar saudáveis.
- Provavelmente a fêmea tenha acasalado tarde, tornando necessária sua permanência na região para que o filhote esteja bem nutrido e consiga em breve uma camada de gordura suficiente para suportar a viagem de dois meses até as águas da Antártida - explicou a bióloga Karina Groch, coordenadora do Projeto Baleia Franca.
É o primeiro registro da espécie na região no mês de janeiro, desde que o projeto foi criado, há 25 anos. Há três anos houve um caso no Rio de Janeiro, quando um filhote, provavelmente perdido de sua mãe, encalhou, morrendo posteriormente.
- Em função da raridade do registro, é imprescindível um cuidado adicional, mantendo distância e evitando ao máximo qualquer tipo de interação, garantindo a tranqüilidade necessária à sobrevivência do par - disse Karina.
A temporada de avistagens das baleias francas ocorre entre os meses de julho e novembro. Em 2006 foi registrado um número recorde de mais de 200 mamíferos na costa catarinense. Durante um único sobrevôo, em setembro, foram vistas 194 baleias entre Cidreira (RS) e Florianópolis. O máximo de baleias registrado em anos anteriores havia sido 128, em 2002.
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Diário Catarinense, 19/01/2007)