Segundo suas próprias palavras, o chefe-geral da Embrapa-Trigo, Benamí Bacaltchuk, veio a Porto Alegre, representar a posição oficial do Governo Federal no I Fórum do Mercosul de Transgênicos. - Minha obrigação é administrar ciência e tecnologia. Não podemos imaginar que a ciência da Argentina é mais burra do que a nossa. O debate em torno dos transgênicos, transformou-se em uma batalha de dados e estatísticas. Enquanto Bacaltchuk apresentava relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU), que mostram as novas tecnologias como fundamentais em desempenhar um papel central na redução da pobreza mundial, Hoffmann apresentava números do IBGE, revelando que 74% da população brasileira é favorável aos alimentos não-transgênicos, enquanto no RS, o número cresce para 79%. -Temos que olhar a biotecnologia como uma ferramenta moderna e não como produto isolado, como vem sendo feito até agora, explicou Bacaltchuk referindo-se à multinacional Monsanto. O representante da Embrapa, não perdeu a oportunidade de discordar com Hoffmann. - O mercado, ao contrário do que foi dito aqui, absorve cada vez mais as demandas das novas tecnologias, segundo dados do Banco Mundial. Por isso, temos que dominar essas tecnologias para sermos realmente independentes, alfinetou. Ele ainda destacou como de extrema importância, o uso sustentável dos Recursos Naturais pelos países do Bloco, como grande oportunidade competitiva para seus integrantes. - Não há outros blocos no mundo com esse potencial, afirma. Para ele, essa é a chance do Mercosul deixar de ser individualista e criar uma política comum para os transgênicos e, com isso, dominar suas biodiversidades. - O futuro da biotecnologia será a soja, o trigo, o milho e outros alimentos mais baratos para a população, profetizou. A polêmica em torno dos transgênicos no Brasil, representa para Moisés Burachilk, representante da Argentina no evento, uma posição ambígua com relação aos OGMs. - O Brasil poderá ser, se quiser, líder mundial em produção de transgênicos, afirmou o coordenador técnico da La Comisión Nacional Asesora de Biotecnologia (Conabia), órgão similar a CTNBio do Brasil.