China será o maior produtor de energia eólica em 2020
2007-01-18
A China será em 2020 o maior produtor mundial de energia eólica, ultrapassando a Alemanha e os Estados Unidos, segundo o Relatório Anual 2006 da Associação Chinesa da Indústria de Energias Renováveis ontem divulgado. O relatório, que cita um estudo do Conselho Global de Energia Eólica, prevê que a China gere 150 milhões de quilowatts (megawatts) de energia eólica em 2020, tornando o país num dos maiores mercados mundiais de energia eólica.
Entre 2000 e 2005, o sector da energia eólica registou um crescimento anual médio de 30% da capacidade instalada, de 350.000 quilowatts em 2000 para 1,266 milhões de quilowatts em 2005, passando a ocupar o sétimo lugar no "ranking" mundial. No mesmo período, a China criou 62 explorações eólicas no país, desenvolveu as tecnologias principais e treinou especialistas na concepção das operações de energia eólica, acrescenta o relatório.
Segundo o documento, o desenvolvimento do sector prepara o país para o crescimento em grande escala da indústria. A China, acrescenta o estudo, é já o maior mercado mundial de pequenos projectos de energia eólica, existindo 320.000 pequenos geradores de turbinas eólicas, com uma capacidade total de 65.000 quilowatts.
O governo chinês definiu como metas políticas a geração de 5.000 milhões de quilowatts até 2010 e 30.000 milhões de quilowatts até 2020, para que a energia eólica ocupe três por cento da capacidade total da geração de electricidade do país.
A China comprometeu-se ainda a fazer aumentar a proporção de energias alternativas no consumo energético total, incentivando os projectos de carvão líquido, biodiesel, gás metano, energia solar e eólica e energia hidroeléctrica, que Pequim considera, apesar das críticas dos ambientalistas, como energia renovável. Os apoios governamentais às energias renováveis serão distribuídos através de benefícios fiscais e subsídios.
Pequim definiu como objectivo para os próximos cinco anos a redução em 20% do consumo energético chinês e em dez por cento as emissões de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento global. O carvão e o petróleo asseguram cerca de 90% das necessidades energéticas chinesas. A seguir aos Estados Unidos, a China é actualmente o segundo maior emissor mundial de gases de efeito estufa, causados na sua maioria pela produção energética.
No entanto, as previsões apontam para um crescimento das emissões chinesas na ordem dos 17,8% até 2025, devido em grande parte ao ritmo de entrada em funcionamento de novas centrais energética a carvão - uma por semana. O país tem também 16 das 20 cidades mais poluídas no Mundo, e os níveis de poluição atmosférica excedem os limites definidos pela Organização Mundial de Saúde em 70% das cidades chinesas.
(Lusa, 17/01/2007)
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