Chanceler alemã pede alternativas realistas à energia nuclear
2007-01-17
A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu aos contrários à utilização da energia nuclear que apresentem "alternativas realistas". Ela disse ainda que respeitará o calendário de fechamento das centrais geradoras, conforme o pacto da coalizão de Governo, "pelo menos durante esta legislatura".
Em entrevista à rádio pública Deutschlandfunk, Merkel explicou que os que defendem o "blecaute nuclear", mas também querem evitar a mudança climática, "estão convidados a darem respostas". A chanceler lembrou que tanto ela como o seu partido, CDU (União Democrata-Cristã), mantêm "uma opinião diferente" a respeito do progressivo desmantelamento das centrais nucleares, planejado para ser concluído até 2021 e que consta no acordo de coalizão.
Ela acrescentou que não haverá mudanças nesse sentido, "pelo menos durante a atual legislatura", o que permite que o debate seja retomado. "Os que querem abandonar a energia nuclear o mais rápido possível terão que explicar como substituiremos esta energia", acrescentou Merkel.
"Tenho certeza de que é possível economizar energia, e aí está a questão das energias renováveis, mas é preciso ser realista e ver em quanto tempo é possível" viabilizar essa alternativa, disse Merkel. A única opção possível a curto prazo seria, segundo a chanceler, recorrer, em maior medida, a uma das principais matérias-primas do país, o carvão.
"Mas, se substituirmos as usinas nucleares que hoje produzem energia por carvão, emitiremos 100 milhões de toneladas de dióxido de carbono, e 50 milhões se as substituíssemos por gás", acrescentou. O discurso pró-nuclear da chanceler, e também de seu partido, parece encontrar eco em meio à população. Segundo uma pesquisa publicada hoje pelo jornal "Bild am Sonntag", a maioria dos alemães é contra um "blecaute nuclear" rápido.
Segundo a sondagem, 61% dos alemães não acham uma boa idéia abandonar a energia nuclear antes de ser possível dispor da mesma quantidade de energia limpa.
O ministro de Economia do país, o social-cristão Michael Glos, disse à publicação que a energia nuclear é necessária. "Na Alemanha, temos que oferecer garantia de abastecimento", declarou o ministro, indo contra o que foi defendido, dias atrás, pelo ministro do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel.
(Ecodebate/ EFE, 17/01/2007)
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