A Argentina apresentou na segunda-feira à Corte Internacional de Haia uma ampliação da queixa contra o Uruguai por violar um tratado bilateral ao autorizar uma fábrica de celulose sobre o rio fronteiriço. O caso deve se estender por todo o ano.

A fábrica em construção pela finlandesa Botnia provoca há mais de um ano uma disputa entre os dois vizinhos, normalmente cordiais, pois a Argentina afirma que o empreendimento contaminará o rio Uruguai.

A "memória" apresentada na segunda-feira detalha as ações uruguaias que a Argentina considera contrárias ao acordo bilateral de proteção do rio Uruguai. "O Uruguai tem até 20 de julho para apresentar sua contra-memória para contestar os argumentos argentinos", disse Susana Ruiz Cerruti, chefe da delegação argentina em Haia.

"Na etapa seguinte, passamos às audiências orais sobre o fundo do assunto, que possivelmente serão já no final do ano. Essas audiências normalmente se estendem por um mês", acrescentou ela. O confronto se agravou desde que ambientalistas da cidade argentina de Gualeguaychú, à beira do rio, começaram a bloquear acessos ao Uruguai em protesto contra a fábrica.
(Por César Illiano, Reuters, 15/01/2007)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2007/01/15/ult729u63888.jhtm